Confusão Como a Fonte dos Problemas
Se nós explorarmos a confusão, vemos que um aspecto dela é a confusão sobre causa e efeito no comportamento. Nós somos confusos sobre o que fazer ou dizer e sobre o que vai acontecer como resultado. Nós podemos estar bastante confusos sobre qual tipo de trabalho pegarmos, se devemos nos casar, se devemos ter filhos etc. Se nós tivermos um relacionamento com uma pessoa, qual será o resultado? Nós não sabemos. Nossas idéias sobre o que irá suceder de nossas escolhas são realmente apenas fantasias. Nós talvez achemos que se nós tivermos um relacionamento com uma determinada pessoa, nós seremos felizes para sempre, como em um conto de fadas. Se nós estivermos chateados com uma situação, nós achamos que gritar vai melhorá-la. Nós temos uma idéia muito confusa sobre como a outra pessoa vai responder as nossas ações. Achamos que se gritarmos e dissermos o que pensamos, nós nos sentiremos melhor e que tudo vai ficar bem, mas tudo não vai ficar bem. Nós queremos saber o que vai acontecer. Desesperadamente olhamos para a astrologia ou jogamos moedas para o O Livro das Mudanças, o I Ching. Por quê fazemos coisas como essas? Nós queremos estar no controle do que acontece.
O budismo fala que um nível mais profundo de confusão é a confusão sobre como nós e os outros existimos e sobre como o mundo existe. Nós estamos confusos com relação a toda a questão do controle. Nós cremos que é possível estar completamente no controle daquilo que acontece conosco. Por isso, nós nos frustramos. Não é possível estar sempre no controle. Isso não é a realidade. A realidade é bastante complexa. Muitas coisas influenciam aquilo que ocorre, não apenas o que nós fazemos. Não é que nós estamos totalmente sem controle ou sendo manipulados por forças externas. Nós contribuímos para o que ocorre, porém não somos o único fator que determina o que ocorre.
Por causa da nossa confusão e da nossa insegurança, geralmente agimos destrutivamente sem nem sabermos que é um comportamento destrutivo. Isso se deve a estarmos sob a influência de emoções e atitudes perturbadoras e impulsos compulsivos que surgem dos nossos hábitos. Não apenas agimos destrutivamente para com os outros; nós agimos de modo auto-destrutivo em primeiro lugar. Em outras palavras, nós criamos mais problemas para nós mesmos. Se nós quisermos ter menos problemas ou ficar completamente livre deles , ou mais ainda, a habilidade de ajudar os outros a sair de seus problemas também, nós devemos reconhecer a fonte das nossas limitações.
Dharma na Vida Diária
Alexander Berzin
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