quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CARMA

Perguntas Básicas sobre Carma e Renascimento

Trecho revisado de
Berzin Alexander e Chodron Thubten. Glimpse of Reality.
Singapura: Amitabha Buddhist Centre, 1999.

Pergunta: A teoria do carma é empírica e científica ou é aceita com base na fé?

Resposta: A idéia de carma faz sentido de diversas maneiras, mas há um certo mal entendido sobre o que o carma é. Algumas pessoas pensam que carma significa sina ou predestinação. Se alguem é atropelado por um carro ou perde muito dinheiro nos negócios, dizem: “Bem, que azar, esse é o carma dela”. Essa não é a idéia budista de carma. De fato, essa é mais a idéia da vontade de Deus – algo que nós nem entendemos nem temos qualquer controle sobre.

No budismo, o carma se refere aos impulsos. Baseados em nossas ações prévias, impulsos surgem em nós, nos fazendo agir de determinadas maneiras no presente. Carma se refere aos impulsos que aparecem na mente de alguém para investir em ações, ou no dia anterior delas falirem ou antes delas subirem de valor. Ou, alguém pode ter o impulso de atravessar a rua justo no instante que esse alguém será atropelado por um carro; nem cinco minutos antes nem cinco minutos depois. O surgimento do impulso naquele momento exato é o resultado de alguma ação ou ações que a pessoa fez. Em uma vida passada, por exemplo, alguém talvez tenha torturado ou matado alguém. Tal comportamento destrutivo resulta na experiência de uma vida também encurtada para a pessoa criminosa, geralmente numa vida próxima. Assim o impulso de atravessar a rua surgiu justamente no momento de ser atingido por um carro.

Uma pessoa pode ter o impulso de gritar ou de magoar outra pessoa. O impulso surge de hábitos construídos por comportamentos similares anteriores. Gritar ou magoar os outros cria um potencial, uma tendência e um hábito para esse tipo de comportamento, de maneira que no futuro, nós facilmente o faremos de novo. Gritar com raiva cria ainda mais um potencial, uma tendência e um hábito de novamente fazermos uma cena de raiva.

Fumar um cigarro é um outro exemplo. Fumar um cigarro age como um potencial de fumar outro. Também cria uma tendência e um hábito de fumar. Conseqüentemente, quando as circunstâncias são propícias – seja nessa vida, quando alguém nos oferece um cigarro, ou numa vida futura quando, enquanto crianças, nós vermos as pessoas fumando- o impulso de fumar vem à nossa mente e nós o fazemos. O carma explica de onde este impulso de fumar vem. Fumar cria não só o impulso mental de repetir a ação, mas também influencía os impulsos físicos dentro do corpo, por exemplo, ter um câncer por fumar. A idéia de carma faz muito sentido, pois explica de onde vêm os nossos impulsos.

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