domingo, 5 de julho de 2009
AS GRANDES "OPERAS ROCK"
"ÓPERAS ROCK" completam 40 anos em 2009
Por Kid Vinil
A nova geração deve estar perguntando: mas do que se trata uma ópera rock? Pois bem, no final dos anos sessenta e início dos anos setenta, as bandas de rock, principalmente as inglesas, começaram a trabalhar seus discos como se fossem obras conceituais. Nesse caso, a ópera rock se desenrolava em canções, como se fossem narrativas de acontecimentos em torno de um personagem principal.
O conceito de ópera rock se materializou a partir de 1969, com o lançamento de "Tommy", do The Who e "Arthur or The Decline And Fall Of The British Empire", dos Kinks. Essas duas óperas rock completam 40 anos em 2009.
Em 1969, Pete Tonwnshend, guitarrista do The Who, escreveu a história de um garoto, cego, surdo e mudo, que tornou a banda conhecida internacionalmente. Inspirado no álbum "S.F.Sorrow" composto pela banda britânica The Pretty Things, em 1968, Pete resolveu escrever "Tommy". Apesar das críticas recebidas na época, "Tommy" tem momentos maravilhosos como, "I'm Free", "Pinball Wizard", "Sensation" e "We're Not Gonna Take It". O disco acabou virando filme adaptado por Ken Russell, em 1975, e tinha convidados e interpretes muito especiais como Tina Turner, no papel de "Acid Queen" e Elton John, interpretando "Pinball Wizard".
Em 1972, antes do filme, foi lançada uma edição com a London Symphony Orchestra & Chamber Choir e trazia uma série de estrelas do rock, como Roger Daltrey (Who), Rod Stewart, Richie Havens, John Entwistle (Who), Steve Winwood, Ringo Star (Beatles) ,Maggie Bell, Pete Townshend (Who) e Sandy Denny.
Em 1973, Pete Townshend e o The Who revisitam o conceito da ópera rock e lançam "Quadrophenia", dessa vez a história de um garoto rebelde na década de 60, durante o movimento mod, que fazia um contraponto com a história do Who no anos sessenta, dentro da cultura mod. Em 1979, "Quadrophenia" também virou filme e foi tão cultuado e recomendado quanto "Tommy".
Menos abençoados pela sorte, a banda inglesa The Kinks lançou vários albuns conceituais a partir de 1968, como "The Village Green Preservation Society", mas a obra prima do grupo veio em 1969, com a ópera rock "Arthur or the Decline and Fall of the British Empire". Devido ao senso crítico aguçado de Ray Davies sobre a sociedade e os costumes ingleses, esses dois discos dos Kinks não conseguiram a projeção mundial que o Who obteve com "Tommy". Na verdade, os Kinks falavam sobre os problemas e o dia a dia dos ingleses, coisa que não interessava aos norte-americanos.
Em "Arthur", por exemplo, eles contam a história de um cidadão inglês que fugia para Austrália durante a Segunda Guerra Mundial. Foram discos elogiadíssimos pela crítica, mas fracassados comercialmente. Passados 40 anos, hoje são dois dos álbuns mais cultuados e influentes feitos pelo The Kinks. Inconformado com o fracasso de sua ópera rock, o líder da banda, Ray Davies, lançou pelo menos mais cinco óperas rock durante a década de 70, mas nenhuma delas conseguiu superar a genial "Arthur".
A década de 70 foi marcada pelas óperas rock e musicais como "Jesus Christ Superstar", por exemplo, mas no final, Roger Waters, do Pink Floyd, escreveu "The Wall", que fala de um rock star chamado Pink. Em 1979, o álbum "The Wall" foi outro campeão de vendas do Pink Floyd e o filme foi um sucesso. Canções como "Another Brick In The Wall" e "Confortably Numb" tornaram o Pink Floyd uma das bandas mais famosas do planeta.
Tommy, The Who
Esta é a mãe de todas as óperas rock. Lançado em maio de 1969 foi o “Sergeant Pepper’s” do Who, contando uma história de ponta a ponta, algo que os Beatles tinham planejado e não conseguiram fazer em “Pepper’s”. O álbum é uma prova notável da maestria de Pete Townshend como compositor e instrumentista, auxiliado pelo talento de seus companheiros Roger Daltrey (voz), John Entwistle (baixo, vocais e sopros) e o demolidor Keith Moon (bateria) e o produtor Kit Lambert, também empresário deles na época, creditado como pessoa fundamental para que esta obra visse a luz do d ia.
Daltrey encarna o menino Tommy Walker, que assiste ao assassinato do pai, o Capitão Walker, pelo amante da mãe. Os dois pressionam o garoto a não contar nada para ninguém, dizendo-lhe que nada tinha visto ou ouvido e nada poderia contar a ninguém, daí ele fica cego, surdo e mudo, mas torna-se campeão de flipper, vira ídolo popular e depois é execrado por seus admiradores. Tommy sofre também abusos de parentes, incluindo violência sexual por um Tio Ernie.
Duas faixas ficaram mais conhecidas. A parte final de “We’re not gonna take it” foi destacada no filme e LP do Festival de Woodstock, quando Tommy faz o apelo para que o vejam (see me), sintam (feel me), toquem (touch me) e curem (heal me). Este trecho acabou sendo considerado uma música em separado. A outra é “Pinball wizard”, que canta as conquistas de Tommy no flipper, com uma abertura que tem Townshend no violão e guitarra ao mesmo tempo, recorrendo aos seus acordes poderosos ao longo da canção.
Tommy saiu em 1969 como um álbum duplo com parte de uma esfera quadriculada azul com nuvens e gaivotas na capa. Na era digital, foi inicialmente lançado em dois CDs separados, depois remasterizado num único CD. Em 2003 saiu o que se espera seja a edição definitiva, num CD duplo que tem a íntegra da ópera no primeiro volume em estéreo e em Super Áudio, remixado para seis canais pelo próprio Townshend com acréscimo de trechos inéditos.
A nova geração deve estar perguntando: mas do que se trata uma ópera rock? Pois bem, no final dos anos sessenta e início dos anos setenta, as bandas de rock, principalmente as inglesas, começaram a trabalhar seus discos como se fossem obras conceituais. Nesse caso, a ópera rock se desenrolava em canções, como se fossem narrativas de acontecimentos em torno de um personagem principal.
O conceito de ópera rock se materializou a partir de 1969, com o lançamento de "Tommy", do The Who e "Arthur or The Decline And Fall Of The British Empire", dos Kinks.
Essas duas óperas rock completam 40 anos em 2009.
Em 1969, Pete Tonwnshend, guitarrista do The Who, escreveu a história de um garoto, cego, surdo e mudo, que tornou a banda conhecida internacionalmente. Inspirado no álbum "S.F.Sorrow" composto pela banda britânica The Pretty Things, em 1968, Pete resolveu escrever "Tommy". Apesar das críticas recebidas na época, "Tommy" tem momentos maravilhosos como, "I'm Free", "Pinball Wizard", "Sensation" e "We're Not Gonna Take It". O disco acabou virando filme adaptado por Ken Russell, em 1975, e tinha convidados e interpretes muito especiais como Tina Turner, no papel de "Acid Queen" e Elton John, interpretando "Pinball Wizard".
Em 1972, antes do filme, foi lançada uma edição com a London Symphony Orchestra & Chamber Choir e trazia uma série de estrelas do rock, como Roger Daltrey (Who), Rod Stewart, Richie Havens, John Entwistle (Who), Steve Winwood, Ringo Star (Beatles) ,Maggie Bell, Pete Townshend (Who) e Sandy Denny.
Em 1973, Pete Townshend e o The Who revisitam o conceito da ópera rock e lançam "Quadrophenia", dessa vez a história de um garoto rebelde na década de 60, durante o movimento mod, que fazia um contraponto com a história do Who no anos sessenta, dentro da cultura mod. Em 1979, "Quadrophenia" também virou filme e foi tão cultuado e recomendado quanto "Tommy".
Menos abençoados pela sorte, a banda inglesa The Kinks lançou vários albuns conceituais a partir de 1968, como "The Village Green Preservation Society", mas a obra prima do grupo veio em 1969, com a ópera rock "Arthur or the Decline and Fall of the British Empire". Devido ao senso crítico aguçado de Ray Davies sobre a sociedade e os costumes ingleses, esses dois discos dos Kinks não conseguiram a projeção mundial que o Who obteve com "Tommy". Na verdade, os Kinks falavam sobre os problemas e o dia a dia dos ingleses, coisa que não interessava aos norte-americanos.
Em "Arthur", por exemplo, eles contam a história de um cidadão inglês que fugia para Austrália durante a Segunda Guerra Mundial. Foram discos elogiadíssimos pela crítica, mas fracassados comercialmente. Passados 40 anos, hoje são dois dos álbuns mais cultuados e influentes feitos pelo The Kinks. Inconformado com o fracasso de sua ópera rock, o líder da banda, Ray Davies, lançou pelo menos mais cinco óperas rock durante a década de 70, mas nenhuma delas conseguiu superar a genial "Arthur".
A década de 70 foi marcada pelas óperas rock e musicais como "Jesus Christ Superstar", por exemplo, mas no final, Roger Waters, do Pink Floyd, escreveu "The Wall", que fala de um rock star chamado Pink. Em 1979, o álbum "The Wall" foi outro campeão de vendas do Pink Floyd e o filme foi um sucesso. Canções como "Another Brick In The Wall" e "Confortably Numb" tornaram o Pink Floyd uma das bandas mais famosas do planeta.
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