sexta-feira, 13 de maio de 2022

O adolescente NEIL PEART

 









A adolescência de Neil Peart

Foi no meu aniversário de treze anos que meus pais me presentearam com aulas de bateria!

AULAS: mas sem bateria, apenas um par de baquetas e um pad de treino. 

Todo sábado de manhã, eu pegava o ônibus em direção ao centro de St. Catharines (Ontário) para ter aulas com Don George no Peninsula Conservatory of Music na St. Paul Street.

Mesmo lá eu não tocava bateria, pois outros instrumentos eram ensinados em salas diversas. 

Uma estrutura de pads com aros de metal imitava o layout de um drumkit de quatro peças, com um pedal de bumbo, chimbal e condução envolta (abafada) por uma "meia". 

Aprendi meus rudimentos, as primeiras leituras elementares e padrões básicos naquelas peças, através de uma combinação de toques e levadas. Ainda consigo me lembrar daquele som. 

Uma vez, Don me pediu para improvisar um pouco naquele set e, depois de tudo que fiz, ele balançou a cabeça e disse: Legal; alguns toques não teriam soado tão bem em uma bateria real, mas o espírito foi bom.

Don me deu meu primeiro e mais importante incentivo, mencionando também meu amigo Kit Jarvis. 

De todos os meus alunos, você e Kit são os únicos que podem ser bateristas se quiserem. Isso significou muito.

Quanto a não tocar em uma bateria real naquele primeiro ano, felizmente sempre tive uma boa imaginação! Arrumaria revistas na minha cama na disposição da bateria de Gene Krupa, ou mais tarde na de Keith Moon e tocaria nas capas das mesmas. 

Sentaria de frente para o espelho e levantaria minhas baquetas - como o louco no qual sonhava me tornar.

Ano seguinte: minha mãe e meu pai me disseram que, se eu me dedicasse às aulas e praticasse por um ano, eles iriam pensar em comprar uma bateria para mim. Claro o suficiente - no ano seguinte, eles compraram um set Stewart (Japan e existe até hoje) de três peças (150 dólares) em vermelho brilhante, bumbo, caixa, um tom e um pequeno prato (de som metálico - Ajax Cymbals).

Naquele primeiro dia, minhas brilhantes joias vermelhas foram arrumadas na sala de estar, e eu tocava cada vez mais orgulhoso minhas canções como "Wipeout" e "Land of a Thousand Dances" (uma banda local fez um cover dessa música com uma bateria bem legal). Em seguida, subi peça por peça para o meu quarto no andar superior, e todas as tardes após a escola tocava junto com um rádio rosa AM, colocado em cima do aquecedor ao meu lado. Tentava tocar junto com qualquer canção que entrasse no Top 40 da estação. Em seguida, minha mãe e meu pai me deram um chimbal (hi-hat) e depois um surdo, e eu economizei dinheiro entregando jornais e aparando gramados por um par de pratos Ajax. Continuava ainda tocando com os hits das rádios de 1965 e 1966.

Nenhum comentário:

Postar um comentário