domingo, 24 de julho de 2011

AMY WINEHOUSE, morre aos 27 anos.






















uma vida muito Crazy ....... que Deus receba este espírito em seu infinito Amor!!! PAZ & LUZ, Tulio
Uma pessoa frágil emocionalmente, que buscava nas drogas a ilusão de força... não houve tempo hábil para ela se curar... ela desistiu ... A morte de Amy Winehouse é um produto mórbido de nossa época, uma vez que a agonia da cantora foi exibida ... ao longo de anos, em rede mundial e em tempo real, com todos os requintes de um freak show a que todos desejavam assistir. A morte de Amy choca mais porque traz à tona a sensação de que algo poderia ter sido feito para impedir a tragédia ...

Texto de Carlos Eduardo Lima

Sim, o que todo mundo esperava aconteceu: Amy Winehouse morreu, aos 27 anos de idade. A polícia ainda não determinou a causa da morte, mas tudo aponta para uma overdose ou qualquer coisa que seja relacionada à dificuldade de Amy em lidar com drogas e bebida.

Eu pergunto: e daí? Claro, o desprezo relativo é no quesito musical, pois não me agrada ver uma pessoa jovem morrer por conta de vícios ou qualquer outro motivo. O plano é sempre viver pra sempre, lembrem-se. No caso de Amy, o que mais vai irritar e turvar nossa visão precisa sobre a situação é a necessidade midiática de criar ídolos. Isso aconteceu com a moça, não talvez por talento, mas por conta de ser uma pessoa problemática e complicada, quase um barril de pólvora prestes a explodir. É uma lógica cruel, mas ela existe. A mídia cria seus ídolos e os explora em vida e, sobretudo, a morte. De que vale você ser um santinho e rezar o catecismo toda manhã se não há pautas ou assunto interessante para os tablóides?

São dois discos na carreira. Frank, de 2003, e sem qualquer traço de personalidade e Back to Black, de 2006, que levou a moça a ser conhecida no mundo todo, abiscoitando 5 Grammys. Eu digo, sem medo de cometer alguma injustiça: é um disco mediano. Talvez seja melhor juntar o "eficaz" ao lado da descrição. Porque é um disco que retoma uma estética simpática de soul pop e o reempacota fácil para as massas com certa inteligência musical. Quem não é familiar da black music deve achar que o mundo acabou, que Amy era original e que nada vai ocupar seu espaço. Fico pensando na elegantíssima Sharon Jones, cantora americana que foi "decalcada" (pra dizer o mínimo) por Amy e Mark Ronson, produtor de Back To Black, que ainda lamentou a morte da moça em sua página no Facebook. Tudo bem, o mundo é dos elegantes, mesmo que seja depois do que a gente espera. Se Elvis foi posicionado em seu início de carreira como uma alternativa branca para o r&b negro, porque não Amy para o soulpop de Jones, ex-faxineira negra? Pode ser.

Talvez o maior legado deixado por Amy tenha sido tornar a black music algo mais familiar ao ouvinte médio de música pop dos anos 2000. Na verdade, a inglesinha lourinha Joss Stone pode levar esse mérito da mesma forma, com o lançamento de seu primeiro disco, também de 2003, The Soul Sessions, no qual apareceu para o mundo com seu vozeirão aos 16 anos. Essas duas abriram o caminho e talvez tenham despertado a curiosadade nas pessoas para que conhecessem gente como Dusty Springfield, Aretha Franklin ou um terceiro continente à sua escolha.

O que pode ser motivo de pena é o fato de que Amy poderia gravar algo realmente interessante no futuro. Quem sabe com uma produção mais interessante, com mais originalidade e cicatrizes advindas do tortuoso caminho? Sim, porque, pra cantar soul, tem que sofrer, meu caro. Amy se vai, mais como cantora pop, eficiente, mantida na mídia devido aos escândalos, apresentações abortadas, internações e atos bagacentos, menos por sua música.

Fico na esperança meio vã de que não a comparem com Janis, Hendrix, Jim Morrison e Kurt Cobain, todos mortos aos 27 anos de idade.

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