Ian Anderson, do Jethro Tull: a flauta também pode ser rock’n’roll
por: Pedro Antunes - Jornal da Tarde - São Paulo
Em Blackpool, cidade portuária do noroeste da Inglaterra, o escocês Ian Anderson se via sem perspectiva. Na adolescência, trabalhava numa loja de departamentos e passava suas tardes lendo as revistas Melody Maker e New Musical Express. Aquilo o inspirou a ser um músico. Mas a cena musical não existia naquele lugar. O primeiro passo seria, usualmente, aprender a tocar guitarra.
“Até tentei, quando tinha uns 18 ou 19 anos, mas vi que aquilo não era para mim”, conta o artista, hoje com 63 anos e ídolo do rock progressivo, como líder da banda Jethro Tull. A razão principal para o abandono do sonho de ser um guitar hero, no entanto, tem um nome: Eric Clapton. “Depois que ouvi aquele cara tocar, percebi que nunca conseguiria fazer algo igual”, diz Anderson.
Para sorte dos fãs da banda, que comemora 44 anos em 2011, a desistência da guitarra não fez o músico desistir do sonho. Ele encontrou num instrumento pouco convencional a chance de fazer rock, chamar a atenção e viver de música, como sempre quis.
“Não achava que a flauta poderia ser rock’n’roll”, confessa Anderson. “Mas isso fazia parte do desafio: encontrar um jeito de fazer a flauta soar mais barulhenta. Era algo diferente, todas as bandas tinham guitarras, mas nós, além delas, tínhamos a flauta”, diz o músico, que fez um show solo no Brasil neste mês de maio.
Ian Anderson deixou os companheiros de Jethro Tull em casa, na Inglaterra, para fazer uma turnê solo. Não que o repertório seja muito diferenciado. A questão, aqui, é a liberdade de poder decidir, sozinho, o set-list de cada apresentação. Mais do que isso, é a possibilidade de mudar os arranjos das canções.
“Eu adoro mudar as músicas. Costumo tocar de maneiras diferentes. Não gosto dessa coisa de viver no passado, repetir os mesmos acordes”, diz. Mas, é claro, nem todo mundo gosta dessas mudanças. E os fãs mais puristas? “É preciso aceitar que quando se faz mudanças nas músicas, metade da plateia vai gostar, e a outra metade, não. Alguns querem ouvir exatamente como está no disco que eles têm em casa”.
Os mais de 40 anos na estrada dão a Ian Anderson uma autoconfiança que o faz ficar despreocupado com os shows. “Não costumo criar grandes espectativas. Sou o tipo de pessoa que gosta de manter a mente aberta, esperando pelas coisas acontecerem, sem tentar planejar”, explica o músico, que passou pela primeira vez no Brasil, com o Tull, em 1988.
O ano de 2011 é especial para Anderson e sua banda. É que o clássico disco Aqualung, de 1971, comemora 40 anos. “Foi um disco muito importante para a gente. Tínhamos três álbuns lançados e era a hora do tudo ou nada. Ou atingíamos o sucesso, ou descíamos ladeira abaixo”.
Uma edição especial com todas as músicas remasterizadas sairá na Inglaterra em setembro. Faixas desse álbum serão executadas no show. Nada mau para o garoto que deixou Blackpool sonhando em ser o Eric Clapton da flauta. “Era o meu plano. Deu certo, não é?”.
por: Pedro Antunes - Jornal da Tarde - São Paulo
Em Blackpool, cidade portuária do noroeste da Inglaterra, o escocês Ian Anderson se via sem perspectiva. Na adolescência, trabalhava numa loja de departamentos e passava suas tardes lendo as revistas Melody Maker e New Musical Express. Aquilo o inspirou a ser um músico. Mas a cena musical não existia naquele lugar. O primeiro passo seria, usualmente, aprender a tocar guitarra.
“Até tentei, quando tinha uns 18 ou 19 anos, mas vi que aquilo não era para mim”, conta o artista, hoje com 63 anos e ídolo do rock progressivo, como líder da banda Jethro Tull. A razão principal para o abandono do sonho de ser um guitar hero, no entanto, tem um nome: Eric Clapton. “Depois que ouvi aquele cara tocar, percebi que nunca conseguiria fazer algo igual”, diz Anderson.
Para sorte dos fãs da banda, que comemora 44 anos em 2011, a desistência da guitarra não fez o músico desistir do sonho. Ele encontrou num instrumento pouco convencional a chance de fazer rock, chamar a atenção e viver de música, como sempre quis.
“Não achava que a flauta poderia ser rock’n’roll”, confessa Anderson. “Mas isso fazia parte do desafio: encontrar um jeito de fazer a flauta soar mais barulhenta. Era algo diferente, todas as bandas tinham guitarras, mas nós, além delas, tínhamos a flauta”, diz o músico, que fez um show solo no Brasil neste mês de maio.
Ian Anderson deixou os companheiros de Jethro Tull em casa, na Inglaterra, para fazer uma turnê solo. Não que o repertório seja muito diferenciado. A questão, aqui, é a liberdade de poder decidir, sozinho, o set-list de cada apresentação. Mais do que isso, é a possibilidade de mudar os arranjos das canções.
“Eu adoro mudar as músicas. Costumo tocar de maneiras diferentes. Não gosto dessa coisa de viver no passado, repetir os mesmos acordes”, diz. Mas, é claro, nem todo mundo gosta dessas mudanças. E os fãs mais puristas? “É preciso aceitar que quando se faz mudanças nas músicas, metade da plateia vai gostar, e a outra metade, não. Alguns querem ouvir exatamente como está no disco que eles têm em casa”.
Os mais de 40 anos na estrada dão a Ian Anderson uma autoconfiança que o faz ficar despreocupado com os shows. “Não costumo criar grandes espectativas. Sou o tipo de pessoa que gosta de manter a mente aberta, esperando pelas coisas acontecerem, sem tentar planejar”, explica o músico, que passou pela primeira vez no Brasil, com o Tull, em 1988.
O ano de 2011 é especial para Anderson e sua banda. É que o clássico disco Aqualung, de 1971, comemora 40 anos. “Foi um disco muito importante para a gente. Tínhamos três álbuns lançados e era a hora do tudo ou nada. Ou atingíamos o sucesso, ou descíamos ladeira abaixo”.
Uma edição especial com todas as músicas remasterizadas sairá na Inglaterra em setembro. Faixas desse álbum serão executadas no show. Nada mau para o garoto que deixou Blackpool sonhando em ser o Eric Clapton da flauta. “Era o meu plano. Deu certo, não é?”.
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