segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Caixas com cascos de METAL


O mais importante nesse assunto é resumir as principais diferenças num geral entre os diversos tipos de cascos de metal.

Em geral os cascos de metal tem muito mais volume que cascos de madeira, são mais ricos em harmônicos, e tendem a ter um som mais focado, com muita definição e cortante na nota fundamental do tambor.

Eu acredito que essas características levaram o uso do metal se restringir quase que exclusivamente a caixas de bateria. 
Sim, existem baterias feitas em metal, porém acredito que o fator peso e preço também contribuam para o não crescimento e investimento em baterias de metal.

Dado esse resumo vamos destrinchar um pouco mais desse assunto. Nas caixas metálicas além dos diferentes tipos de metal: (aço/steel, alumínio, latão/brass, bronze, cobre/copper e titânio, temos dois diferentes tipos de construção de casco, e os diferentes acabamentos físicos do casco, e tudo isso que influencia muito no som final do tambor.

Tipos de construção de casco.

Casco Cast: O metal é fundido em uma forma e depois é torneado, torneamento similar ao método usado em caixas de madeira de bloco sólido. Os cascos cast geralmente são mais espessos facilitando os diferentes acabamentos físicos do casco martelado, frisado e etc.

Cascos Rolled: Feitos a partir de uma chapa de metal soldada em uma forma, método similar ao dos cascos de madeira que usam folhas de madeira e são colados. São cascos em sua grande maioria lisos e mais finos.

Tipos de acabamento físico do casco.

Casco liso: Tendem a ter harmônicos mais ricos, um som extremamente cortante e aberto, e muito volume.

Casco frisado: Tendem a ter harmônicos mais controlados em relação ao casco liso, o som se torna mais focado, e cortante, e são cascos com muito volume.

Casco martelado: Tendem a ter o som ainda mais focado que os frisados e lisos, contam um ganho expressivo na resposta do tambor, os harmônicos ficam bem mais controlados chegando a serem parecidos com o dos cascos de madeira, e isso sem perder o volume característico do metal, e é claro que tudo isso dentro das características de cada tipo de metal.

Além de tudo isso, ainda temos a espessura do casco, tal como profundidade e diâmetro, que também são fatores importantes e mudam muito o som de um tambor. Sem contar a escolha de esteira, aros e peles, são responsáveis por pelo menos 50% da qualidade do som do tambor.

E por último mas não menos importante temos os tipos de metais utilizados na construção de tambores e caixas de bateria, e os principais são:

Aço (Steel): Um dos metais mais comuns na construção de caixas, por ser um metal mais barato, é comum vermos caixas de bateria iniciantes com esse material. Porém não se engane, é um metal MUITO sonoro, e é comum vermos caixas signatures TOPs feitas com esse metal, possui sonoridade brilhante, harmônicos muito presentes e possui um som extremamente focado, com certeza um dos metais com mais volume dentre os que são usados na bateria. Em geral a tonalidade de caixas de metal é média, o que permite diversas afinações e mesmo nas mais altas esse metal mantém uma resposta muito rápida e som refinado.

Latão (Brass): Outro metal tradicional na construção de caixas, tem som menos brilhante se comparado ao aço, porém o timbre do brass é mais refinado quente, tal como seus harmônicos, mesmo os harmônicos que sobram são lindos e musicais, e o apelo visual desse metal é maravilhoso. Em geral o timbre do brass é médio, grave, e o volume é muito bom também, não tem tanto volume quanto o aço, mas com certeza tem mais volume do que os vários tipos de madeira.

Bronze: Tem características sonoras bem semelhantes ao brass, porém acho ele ainda mais refinado e sonoro, o casco proporciona o som estalado, com belos harmônicos e muito foco na nota fundamental do tambor lembrando um tiro. É o metal que mais me lembra o som, características e calor do som dos cascos madeira, porém com mais volume e menos corpo.

Alumínio: É o metal meio termo. Tem o melhor de cada um dos metais que falei acima, é com certeza o meu favorito, tem o grave e foco do Brass, harmônicos refinados como o bronze e conta com o volume mais próximo de uma caixa de aço. Não é atoa que as caixas mais amadas são as de Alumínio são extremamente versáteis, tem tonalidade média pendendo um pouquinho pro grave, porém toda essa versatilidade do alumínio, tornam muito fácil a utilização das afinações mais agudas sem perder o som do casco.

Cobre (Copper): Menos abrasivo que o de latão, e relativamente similar ao bronze em sonoridade. Pra mim é o metal com sonoridade levemente mais grave que os demais e com menos sobra também, com certeza é que tem volume mais próximo das caixas de madeira, porém não perde os harmônicos metálicos o que diferencia bastante o som desse material, dos diversos tipos de madeira.

Titânio: É um metal dificilmente usado na construção de cascos, porém já tive a oportunidade de tocar algumas caixas nesse metal, e o que percebi é que ele está entre o alumínio e o aço, sendo ainda mais parecido com o aço do que com o alumínio, tem muito volume, sua tonalidade é médio aguda, e seus harmônicos e timbre são parecidos com o do alumínio, é um metal com características sonoras que me agrada muito, porém difícil de encontrar.

Para finalizar além de todos esses fatores que diferenciam as caixas de metal entre elas, e das de madeira, temos ainda o acabamento artístico e externo das caixas: cromo, pintura, niqueladas, vernizes, lixamentos e escovações. Tudo isso também interfere no som final da caixa, uma caixa sem pintura, vai vibrar mais do que um caixa pintada ou cromada.  Um bom exemplo são caixas de latão com acabamento cromado, costuma ter todas as características sonoras de uma caixa de latão, porém essas características são mais controladas e as vezes até melhor balanceadas, o mesmo ocorre em casco de alumínio cromados ou escovados.

Então como tudo no nosso maravilhoso mundo percussivo, não adianta só ler e ir no que você acha que vai ser melhor pra você, ou na descrição que combina mais com seu gosto. Tem que testar (testar mesmo, subir e descer afinação, com e sem esteira), comparar as que gostou e ir na que te agradou mais, indiferente da marca e descrição.




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