sábado, 6 de agosto de 2022

R.I.P. Jô Soares

Repassando por concordar com o texto ...

R.I.P. Jô Soares. Neste momento, só ouço elogios: culto, engraçado, elegante, inteligente.

Um dos pioneiros na comédia e nos programas de entrevistas no Brasil.
Impossível discordar de qualquer um destes adjetivos.
Porém, a morte parece fazer maravilhas para filtrar as lembranças das pessoas e trazer só o que havia de melhor.
Eu não consigo. Eu não esqueço o que aprontam comigo ou com o meu país. 🇧🇷
Para mim, a última impressão que ficou de Jô Soares foi de um hipócrita, que vivia no mais alto luxo (seu apartamento tinha 750 m2) e que defendia o socialismo.
Que posava de vítima do regime militar sem nunca ter sido.
Que vendia sua opinião e sua elegância em troca de dinheiro público (nosso) via políticos $$$$$$
Qualquer político. De qualquer lado. O importante era ser amigo dos poderosos e manter os benefícios.
O ápice do seu ridículo foi fazer uma entrevista com Dilma, deitando elogios, num momento que caminhávamos para ser uma Venezuela.
O país inteiro já se havia dado conta que ela era uma incompetente, ex terrorista e estava levando 200 milhões de vidas para o caos econômico e social. Num momento que pagávamos impostos para que ela fizesse obras na Venezuela,
Cuba e desse de presente refinarias de petróleo para a Bolívia.
Num momento em que atravessávamos a pior recessão de nossa história com a maior taxa de desemprego por culpa da incompetência de uma semianalfabeta que não conseguia terminar uma frase!
Terminou a vergonhosa entrevista beijando a mão da mulher que destruía um país inteiro.
Como se ele fosse um membro da realeza, e ela, uma rainha intocável, que merecia todas a formalidades do reino dos otários.
Eu não consigo. Eu não esqueço.
Jô Soares, assim como Caetano, Chico e outros, era mais um exemplar típico da elite artística brasileira que nos explorou durante décadas, que jurava que o regime militar era horrível, mas morava num apartamento luxuoso desde a década de 70 e falava bem de Dilma e do PT em troca de dinheiro público e Lei Rouanet.
Eu não consigo. Eu não esqueço.
Em países sérios, se você não tem caráter, tal lembrança acompanha você e a sua carreira para o resto da vida.
O certo e o errado não se misturam. A lembrança não se apaga.
No Brasil, estamos melhorando, mas temos o péssimo hábito de, assim que alguém morre, nos lembrar apenas das coisas boas e jogar o mau-caratismo e a falta de valores para debaixo do tapete.
Que saibamos diferenciar e lembrar de cada um daqueles que ficaram milionários com nosso dinheiro, numa época em que éramos explorados sem nem mesmo saber.
Ser patriota é também ter memória.
Eu não consigo. Eu não esqueço.
Frederico Dgm

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