https://www.youtube.com/watch?v=p4fVQkL08Uo
Emerson, Lake & Palmer
Brain Salad Surgery
1973
A primeira vez que escutei o som do EL & P fiquei assustado, nunca havia sequer imaginado aqueles sons de teclados, ruídos eletrônicos e o trovoar dos tambores de Carl Palmer, tudo soando como uma sinfonia de outro mundo. Eu não entendia e, cada frase que se sucedia, cada célula sonora passava velozmente, não havia tempo para assimilar. Busquei a compreensão daquilo tudo, ouvindo, ouvindo e tornando a ouvir de novo, até me tornar admirador do trio. Depois me afastei por anos, até redescobri-los em meados dos anos oitenta, passados mais de dez anos daquela primeira audição.
Falo de um tempo, em que ouvir um álbum musical era um ritual sagrado, uma espécie de rito de passagem da adolescência para a vida adulta. A geração atual, sem qualquer resquício de crítica ao "modus vivendi", sequer consegue ouvir uma faixa inteira no aplicativo, também não há tempo para isso, nem a interação social necessária à descoberta das coisas. Sabe-se através de um aplicativo, ouve-se através de um aplicativo e comenta-se através de outro aplicativo. Normal.
Depois de um certo tempo na estrada, a banda ganhou facilidades de acesso à bons estudios e pode se dedicar a desenvolver o seu som, pensar em um programação visual e, em temas para suas longas peças sonoras, pois, tudo isso começava a fazer parte de toda a cultura em torno da música. Não bastava juntar alguns rostos bonitos, roupas da moda, um bom release e lançar um grupo. Precisava que soubessem tocar bem, compor e ter uma personalidade sonora. Poucos grupos ousaram se aproximar do proposto por Emerson, Lake & Palmer. Talvez, o Triunvirat , quem sabe o Kraftwerk, de maneira mais sintética. Fundaram uma gravadora com o nome de "Manticore", o mitológico ser com cabeça de homem e corpo de leão, e, daí em diante fizeram história dentro da música progressiva, fundindo elementos de musica clássica, sinfônica, de câmara, com o peso dos teclados, sintetizadores e mini-moogs, com espaço para lindas melodias acústicas cativantes.
Em Brain salad surgery, tem uma peça musical chamada "Karn evil 9", dividida em quatro movimentos distintos e conceituais, justamente aquele que me assustou na primeira audição. Essa peça musical, suíte, como se chama esse modo, tem mais de meia hora de duração, ocupava um lado inteiro do álbum em vinyl e, uma vez que você entra nela, está enfeitiçado, fadado a nunca mais esquecê-la.
A gravura original da capa, foi alterada, pois, segundo os magnatas da Atlantic, era pornografica demais. Os originais, após uma exposição em Praga, desapareceram misteriosamente. A história e interessante, vale a pesquisa. O autor da arte foi o artista Suiço, H.R. Giger, o mesmo que desenhou o monstro para o filme Alien, o predador.
Bom s((((o)))))m
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