terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Sabbath Bloody Sabbath

Dezembro de 1973.

Após um período em Los Angeles, soterrados por montanhas de cocaína e toneladas de bebidas alcoólicas, os quatro músicos do Black Sabbath decidiram voltar ao Reino Unido para gravar seu quinto álbum de estúdio. 

Essa decisão foi essencial para que Tony Iommi superasse o bloqueio criativo que o estava assombrando. 

Alugaram então um velho castelo no norte da Inglaterra para compor o sucessor do Vol. 4, mais tarde batizado de Sabbath Bloody Sabbath, o álbum que mais tempo demorou a ser gravado por eles. 

Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy Osbourne não mediram esforços para calar os críticos resistentes e apostaram suas fichas em uma sonoridade mais complexa, arranjos requintados e produção ousada, assumida pela própria banda. 

A diversidade de instrumentos usados no disco é exuberante: sintetizadores, piano, órgão, mellotron, flauta, percussão e até gaita de fole foram usados. 

Essa ousadia e experimentalismo aproximaram bastante a sonoridade de Sabbath Bloody Sabbath do rock progressivo, inclusive com a participação de Rick Wakeman tocando piano e minimoog em “Sabra Cadabra”, o que provavelmente deve ter desagradado os adoradores dos discos anteriores. (EU AMEI).

As gravações do álbum foram concluídas no Morgan Studios, em Willesden, norte de Londres, em setembro de 1973. 

“Sabbath Bloody Sabbath”, a música título, mostra um Sabbath muito mais técnico e requintado, sem perder o peso lúgubre e arrastado que sempre os caracterizou, ainda mais nas mudanças de andamento da música, entremeada por passagens acústicas. “A National Acrobat" e "Killing Yourself to Live” mostram um novo nível de requinte e maturidade e "Spiral Architect" está repleta de cordas e orquestrações de bom gosto. 

A instrumental “Fluff”, com sua atmosfera sonhadora e abrilhantada pelo acréscimo de cravo, tornou-se uma das execuções solos mais memoráveis de Iommi. 

Também pode ser citado o uso de flautas em “Looking For Today”.

Vale também uma espiada na forte letra da canção “Who Are You”, uma das mais assombrosas do álbum. 

Pode-se dizer que o objetivo almejado pela banda foi alcançado, já que Sabbath Bloody Sabbath foi aclamado pela revista norte-americana Rolling Stones como “um grande trabalho”, em contraponto às críticas feitas pela mesma revista aos trabalhos anteriores do Sabbath. 

O álbum alcançou o 4º lugar nas paradas britânicas e o 11º lugar nas paradas norte-americanas. 

Como curiosidade, há uma declaração de Iommi sobre a atmosfera fantasmagórica do Castelo Clearwell, incrustrado na Floresta de Dean, uma das mais antigas da Inglaterra. 

O isolamento da banda, que continuava a consumir vorazmente seu cardápio de cocaína e álcool, expôs os músicos a recorrentes “aparições” de fantasmas, poltergeists e outros fenômenos sobrenaturais que ocorriam nas masmorras onde a banda ensaiava. 

A arte da capa de Sabbath Bloody Sabbath foi produzida pelo artista Drew Struzan e aparentemente mostra um homem tendo pesadelos enquanto é atacado por demônios em formas humanas, sendo que na cama aparece 666, o número da besta, já a contracapa mostra o oposto, o mesmo homem cercado por “espíritos do bem”, retratando um dualismo entre luz e sombra, que caracteriza bem a temática em que a banda estava inserida. 

Struzan também foi o responsável pela arte da capa de “Welcome To My Nightmares” (1975), de Alice Cooper e mais tarde, nos anos 80, se notabilizou por ilustrar cartazes de filmes famosos do período, como “Blade Runner", "De Volta para o Futuro" e "Rambo". 

Para encerrar, deve ser citado que a turnê do álbum iniciada em 1974, culminou com uma grande apresentação da banda para mais de 250 mil pessoas no festival California Jam, que também teve a presença do Emerson, Lake & Palmer, Eagles, Earth, Wind & Fire e Deep Purple.

Anthony Frank Iommi John Michael Osbourne William Thomas Ward Terence Michael Joseph Butler

ALBUM COMPLETO: https://youtu.be/NKtU82Jrhqo









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