A noite dos cristais e o totalitarismo do século XXI
Costumo sempre dizer que o movimento revolucionário trabalha com espirais de ações que repetem-se ao longo da história, preservando peculiaridades de cada momento histórico mas sempre com o mesmo “esqueleto” de ações.
Para entendermos o grande expurgo que aconteceu no dia 09 de janeiro nas redes sociais e o seu significado, precisaremos voltar um pouco no passado, mais precisamente no dia 09 de novembro de 1938. Neste dia deu-se a noite dos cristais na Alemanha nazista, uma onda de violência contra todos os judeus no país.
Em primeira vista os ataques da população pareciam uma revolta espontânea causada pela morte de Ernst Vom Rath, um diplomata ligado à embaixada alemã na França, morto por um jovem judeu polonês Herschel Grynszpan, de 17 anos, que atirou em Vom Rath.
Este ato de Grynszpan é atribuído ao seu desespero com o destino de seus pais, à míngua em uma área perigosa situada entre a Alemanha e a Polônia. Os nazistas usaram o incidente para incitar o fervor antissemita alemão, divulgando em todas as mídias que Grynszpan não havia agido sozinho, que ele fazia parte de uma grande conspiração judaica contra a Alemanha. Vom Rath morreu dois dias depois.
Em um período de apenas dois dias, eis o saldo das duas noites seguintes de destruição:
Mais de 250 sinagogas queimadas.
Em torno de 7000 estabelecimentos comerciais judaicos destruídos.
Dezenas de judeus assassinados.
Cemitérios, hospitais, escolas judias saqueados.
Tudo isso aconteceu sob olhar de indiferença da população alemã, da polícia, dos bombeiros. Esta noite passou a ser conhecida como Kristallnacht: “Noite dos Cristais”.
A esta altura, o leitor mais desatento deve estar se perguntando:
Não seria um absurdo essa relação entre esta noite de destruição total e uma mera suspensão em redes sociais?”
Em primeira vista, parece realmente. Porém é necessário levarmos em consideração as similaridades que estamos observando aqui para o avanço do totalitarismo, perseguição e restrição de liberdades, mas acima de tudo, o “esqueleto” dos meios de ações.
O dia 09 de janeiro de 2021 foi deflagrado após uma “tentativa de insurreição do povo a mando de Donald Trump”, fato que não ocorreu. Mas acima de tudo foi o resultado de uma grande campanha de anos recentes de destruição de reputação dos conservadores, enquadramento ideológico e criminal das ideias, veículos da velha mídia trabalhando dia e noite para a subversão da consciência da população do mundo todo, e claro, pedidos de insurreição jurídica e policial contra estes.
O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista) era uma máquina feroz de propaganda, idealizada por Joseph Goebbels, que utiliza o controle dos meios de comunicação para propagar e tornar hegemônico o seu discurso. Nesta altura da noite dos cristais, a Alemanha era o país com o maior número de rádios em residências no mundo, com modelos de baixo custo financiados com subsídio estatal, tal qual fizeram com a Volkswagen, tendo uma voz do partido em cada canto do país.
Se ampliarmos o nosso período histórico e voltarmos aos anos 1920, vamos encontrar o Jornal “Völkischer Beobachter” (Observador de Völkischer), que servia como veículo de propaganda do partido nazista e ao lado “Der Angriff” (O ataque), foram o grande suporte panfletário do rádio de diversas campanhas de desinformação e atuou muito na proliferação da perseguição aos Judeus.
Hoje, não é possível ter o controle hegemônico da informação, graças justamente as redes sociais. Já os meios de comunicação da mídia mundial estão concentrados em conglomerados de comunicação que respondem a um pequeno grupo de investidores e/ou decisores ao redor de todo o hesmifério ocidental.
Com esta premissa em mente, podemos notar que torna-se necessário passar a controlar o discurso nas redes sociais, para que depois o controle seja hegemônico também no “mundo real”. É necessário realizar o expurgo dos indesejados, enquadrá-los, criminaliza-los e fazer com que a população tenha não somente raiva, mas medo deles, pois o medo é o que faz o homem agir contra um mal e ataca-lo mesmo que preventivamente ou sem raciocinar devidamente as consequências de seu ato.
Mas não pense, caro leitor, que a noite dos cristais do século XXI terminou no dia 9 de janeiro, esta noite tende a ser um pouco mais longa e escura ainda. Vamos voltar ao dia 11 de novembro de 1938 para sabermos o que ocorreu após as duas noites de perseguições e destruições.
Na manhã seguinte, 30.000 judeus alemães do sexo masculino foram presos pelo “crime” de serem judeus, e enviados a campos de concentração onde centenas acabaram morrendo. Algumas mulheres judias também foram detidas e enviadas para prisões locais. Estabelecimentos comerciais de propriedade de judeus não puderam ser reabertos, exceto os que passaram a ser gerenciados por não-judeus. Toques de recolher foram impostos, limitando as horas do dia em que os judeus podiam sair de suas casas.
Após a “Noite dos Cristais”, a vida de adolescentes e crianças judias na Alemanha e na Áustria se tornou ainda mais difícil: além de serem barrados em museus, parques e piscinas, também foram expulsos das escolas públicas. Os jovens, assim como seus pais, passaram a viver totalmente segregados naqueles países. Desesperados, muitos judeus cometeram suicídio. As famílias judias desesperadamente passaram a tentar sair da Alemanha e da Áustria.
Portanto caro leitor, não pense que as semelhanças com o passado sejam apenas uma “forçada de barra”, pois podemos inclusive observar medidas impostas posteriormente que aplicam-se perfeitamente às medidas que devem ser impostas não somente aos que levantam-se e apontam o que está acontecendo, mas também aqueles que ouvem e não aceitam passivamente as imposições sanitárias ditatoriais que surgem no horizonte próximo.
A primeira coisa que o movimento revolucionário fez, através de Joseph Stalin, foi empurrar o Nazismo para a direita e conservadores, fez isso por que sabia que precisaria utilizar os seus métodos de maneira velada acusando seus inimigos de o fazer.
Este expediente permanece até hoje, onde vemos principalmente a mídia seguir quase que ipsis litteris os 11 princípios de Joseph Goebbels. Portanto, é necessário estarmos atentos aos meandros da máquina revolucionária, como ela age nas suas mais diversas formas e como aqueles que levantam um único dedo sequer contra este leviatã será perseguido, enquadrado e transformado em uma não pessoa.
Os 11 princípios de Joseph Goebbels
1. Principio da simplificação e do inimigo único.
Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.
2. Princípio do contágio
Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem. Colocar um antes (passado) perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.
3. Princípio da Transposição
Transladar todos os males sociais a este inimigo.
4. Princípio da Exageração e desfiguração
Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”
5. Princípio da Vulgarização
Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.
6. Princípio da Orquestração
Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’.
7. Princípio da Renovação
Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.
8. Princípio do Verossímil
Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.
9. Princípio do Silêncio.
Ocultar toda a informação que não seja conveniente.
10. Princípio da Transferência
Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes.
11. Princípio de Unanimidade
Buscar convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em conta do inimigo escolhido.
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