quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

ESCOLHAS DA VIDA

AS PRINCIPAIS ESCOLHAS DA VIDA 

Fugir ou enfrentar

A primeira grande prova que o ser humano vive é relacionada ao enfrentamento ou a fuga. Como toda prova, o espírito encarnado tem sempre duas opções: ou ele foge de alguma coisa, ou ele a enfrenta. Uma pessoa tem uma dor de cabeça: ou ele fica tomando analgésicos para abafar temporariamente a dor, ou ele busca a causa da dor, seja orgânica ou emocional. Uma pessoa está deprimida porque um ente querido desencarnou: ou ela enfrenta a tristeza, o desespero, o vazio, a angústia,ou ela simplesmente usa subterfúgios para esquecer ou não sentir essa emoção dolorosa. O mesmo ocorre com nossos medos… ou os enfrentamos diretamente e os superamos, ou cedemos e eles nos dominam. Enfrentar algo é sempre conquistar uma supremacia sobre esse algo, mas fugir é sempre permitir que aquilo nos domine, nos conquiste, nos tire nosso poder interior. Na vida humana infelizmente a maioria das pessoas fraqueja diante dessa prova e opta por viver fugindo de algo que elas não desejam encarar de frente. Fugir é mais fácil que enfrentar: permanecemos numa zona de conforto que apenas adia a resolução da questão. É muito comum os seres humanos agirem assim com seus próprios sentimentos: Uma pessoa pode ter uma tristeza profunda e comer muito para não sentir isso, ou pode beber para ficar insensível a dor interna, ou pode embrenhar-se nesse mundo consumista para sentir que tem controle sobre sua vida, quando na realidade não controla seus sentimentos, outra pessoa pode ter uma carência afetiva profunda, e por isso, ficar mendigando afeto dos filhos, dos familiares, dos amigos, etc. Ouvir música alta pode também ser uma fuga do silêncio que poderia nos ajudar a ouvir a nós mesmos. Existem milhares de formas de se fugir, toda uma variação de subterfúgios possíveis de serem utilizados quando não se deseja enfrentar algo dentro de nós. Mas ao invés de olhar diretamente para esses sentimentos, ele prefere permanecer inconsciente e essa inconsciência gera tensão, vazio e sofrimento. Sua vida se torna uma eterna busca por distrações mentais que o impedem de olhar para dentro de si e se descobrir.

Soltar ou ficar carregando o peso

A segunda grande escolha dentro das provações da existência material é a de carregar os pesos das coisas ou simplesmente soltar o peso. Falamos sobre isso na mensagem “Solte o peso que você carrega”, por isso, não vamos aprofundar muito aqui. Mas é importante que todos saibam que, na vida, o ser humano tem sempre essas duas escolhas: ou carregar os pesos, as cargas das coisas, ou soltar essas cargas, se negando a carrega-las. As cargas são as preocupações, as autocobranças, as culpas, as mágoas, os ressentimentos, os traumas, etc. Por exemplo, uma mãe acredita que precisa ajudar seus filhos, resolver a vida deles, para que se tornem pessoas com uma vida boa e estável. Ela sente que precisa de todas as formas fazer isso pelos filhos. Aos poucos, isso vai se tornando um peso na vida dela, pois ela precisa organizar sozinha uma série de coisas que permitiriam os filhos ficarem bem de vida. Isso vai roubando sua energia e fazendo com que, ao longo dos anos, um peso enorme de responsabilidades recaia sobre ela. Nesse momento, ela tem duas opções: Ela tem a escolha de ficar carregando esse peso de preocupações, ou ela pode simplesmente deixar de se preocupar e deixar tudo fluir, sem tentar ficar controlando tudo. Pode entregar tudo a Deus e pedir que Ele faça o que for melhor e não a nossa vontade. Aqui entra o componente do desejo de controle. Podemos optar em tentar controlar tudo, ou podemos admitir que não temos o controle e simplesmente deixar que a vida flua livremente… e o que acontecer, aconteceu. A escolha da soltura das cargas nos dá uma imensa liberdade, um alívio profundo, uma leveza de ser que nada nesse mundo pode trazer.

Ficar paralisado ou continuar seguindo

A terceira escolha principal da existência humana é ficar paralisado numa situação ou continuar seguindo nossa vida. Falamos mais a esse respeito da mensagem “Siga em frente”. Imaginemos um homem que amava sua esposa, mas o casamento acabou. Ele fica arrasado com o término e não sabe mais o que fazer da vida. Nesse caso, ele tem duas opções: ou ele cai em depressão, ou ele segue sua vida e se abre para o novo. Esse é o primeiro aspecto para se superar qualquer provação: ou ficamos parados no sofrimento, ou continuamos nossa vida nos abrindo para o que vem pela frente. Aquele que fica parado, estagnado, preso na situação que já morreu, não consegue vencer a prova, mas aquele que continua seguindo, mesmo com forte dor no peito, esse superou ao menos um pouco da prova. O estado de estagnação, de prisão ao passado, de não conseguir desvencilhar-se do que já acabou, de não decretar o fim daquilo que já teve um fim, representa um fracasso na provação. Aliás, tudo em nossa vida gira em torno do desligar-se do passado e passar a viver no presente, no eterno agora.

Aprender ou rejeitar o aprendizado

A quarta grande escolha da vida humana na matéria consiste em ou cometer um erro e aprender com ele, ou rejeitar o aprendizado. Costumo dizer que os erros que cometemos na vida não são coisas ruins, desastrosas ou que devem suscitar dolorosos sentimentos de culpa. Você pode ter cometido o pior erro possível, não importa… o mais importante de tudo é aprender com o erro cometido. Quando aprendemos com o erro, nada é perdido, pois o aprendizado ficará conosco para sempre e nada poderá nos tirar a valiosa experiência que absorvemos. Mas quando nos recusamos ao aprendizado e cedemos ao martírio interior, a culpa e ao desânimo pelo erro, o aprendizado não vem… e além do sofrimento da culpa, estamos perdendo uma oportunidade de ouro de aprender e crescer a partir de nossas falhas. Portanto, sempre que cometer um erro, busque aprender com ele, use esse erro para conhecer melhor a si mesmo, analise seu comportamento e veja o que é necessário transformar em seu interior. Quando aprendemos com nossas falhas, adquirimos algo de inestimável valor: o autoconhecimento e o desenvolvimento interior.

Viver em paz ou em conflito

A quinta escolha é sem dúvida uma das mais importantes, senão a mais importante de todas. Sempre que vivemos uma provação, há duas escolhas fundamentais: ou lutar contra a situação, se revoltar, se rebelar, ficar com raiva, entrar em conflito com algo, etc, ou viver tudo isso em paz, preservando nossa tranquilidade interior. Essa é uma escolha muito importante, pois aqueles que ficam com raiva, se rebelam e entram em conflito com o problema acabam tendo muito mais dificuldade para resolve-lo. É como tentar se equilibrar numa corda para atravessar um penhasco. Quanto mais bravos ficamos com a situação, maior a chance de desequilíbrio e ficamos muito mais perto de cair no precipício do problema, caindo em estados de humor indesejáveis, como depressão, desânimo, medo, etc. É muito importante que todos escolham sempre viver uma provação em paz… sem desespero, sem raiva, sem revolta… mas experimentando tudo isso em paz interior, pois quando logramos atravessar as adversidades mantendo nossa tranquilidade, vencemos as provas e não mais precisaremos repeti-las no futuro.  Se a pessoa consegue viver, por exemplo, um desemprego e mesmo assim mantiver sua paz interior… ela supera a prova… e a conquista espiritual e interior será imensa. Os benefícios virão no plano espiritual e nas próximas vidas. Esse é, inclusive, o grande segredo de como viver no mundo humano e alcançar a evolução do espírito.

(Hugo Lapa)

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