quarta-feira, 20 de março de 2019

Deep Web - Dark Web


Por Ronaldo Gogoni - Tecnoblog


O CRIME É PERMITIDO?
sim; permitido e tolerado!

Descubra o que é Deep Web, Dark Web e Surface Web, e quais são as principais diferenças entre cada uma delas.

A cada crime relacionado com anonimato na internet, o interesse por Deep Web e Dark Web crescem. 
São os cantos mais ocultos e, por que não, sinistros da rede mundial. Onde se compra e vende de tudo, até o que é ilegal. 
No entanto, os dois termos possuem diferenças, embora essencialmente sejam duas faces de uma mesma moeda.

Qual a diferença entre Deep Web e Dark Web?

1. Surface Web (World Wide Web, ou internet)

Em primeiro lugar, é preciso entender: o que é a web? É a parte que acessamos todos os dias, em que encontramos sites de tecnologia (como o Tecnoblog e o Meio Bit), serviços essenciais, lojas eletrônicas, redes sociais ou canais de entretenimento, é a World Wide Web ou internet, também conhecida como Surface Web. No entanto, ela é apenas uma parte superficial, e bem superficial, da web como um todo.

Não por acaso, a metáfora mais utilizada para ilustrar a web é a do iceberg: nela a Surface Web é apenas a área aparente, que fica acima do nível do mar. Abaixo dela está a Deep Web, e dentro desta, a Dark Web. E é sobre isso que vamos falar.

2. Deep Web

A Deep Web é a camada de sites que fica imediatamente abaixo da Surface Web. Normalmente entende-se que tudo o que não é visto livremente na internet faz parte da Deep Web. Mas hoje, usa-se a terminologia para se referir a endereços que não são indexados por motores de busca, como o Google e o Bing. Vale notar que esses sites precisam ser assim, por uma série de motivos como segurança e privacidade.

Pense na Deep Web como os bastidores da internet: é nela que se encontram dados cruciais para a manutenção da rede, que não podem ser acessados por pessoas comuns; nesses casos, só quem possui o endereço e credenciais pode entrar. Entram aqui bancos de dados acadêmicos, registros médicos, informações confidenciais de segurança nacional, registros financeiros, artigos científicos, repositórios de algumas ONGs e etc. Há uma série de ilustrações que nos ajudam a entender essa divisão.

OBS: Algumas divergem um pouco sobre a presença de nomes como Facebook na Surface (superfície/superficial) Web.

Evidente que, embora não indexáveis, você pode acessar sites que exigem login usando seu navegador de internet comum. Entretanto, se você pretender não ter o seu acesso a eles rastreado, vai precisar usar um rede de proteção, como o Tor (um software livre e de código aberto que oferece comunicação segura ao navegar na Internet). Esse tipo de navegador, além de proteger, também permite acessar o que não está na superfície.

Quem acessa a Deep Web através de softwares específicos não necessariamente deseja cometer crimes. Mas, no geral, esse indivíduo não quer ser rastreado, e muito menos que seu trabalho seja indexado na Surface Web. Isso vale tanto para agências governamentais, quanto para administradores de dados de gigantes tecnológicas, jornalistas, ativistas ou qualquer pessoa que corra algum risco em se expor online.

3. Dark Web

É aqui que as coisas começam a ficar realmente sinistras. A Dark Web é uma pequena parcela da Deep Web, também composta por sites e redes que não são indexados pelos mecanismos de busca. Porém, diferente da primeira, a quase totalidade dos domínios nesta parte da web são voltados para práticas criminosas, de todo o tipo que você pode imaginar (e que se mantém escorada na dificuldade de rastreio nas redes).

A maioria dos domínios da Dark Web são compostos por strings de letras e números sem o menor sentido, e apenas quem possui os domínios e credenciais completos é autorizado a entrar nesses sites. O acesso a essa parte sombria da web exige o uso de ferramentas poderosas de criptografia e proteção dos dados, já que os ataques direcionados a você, caso seja corajoso o bastante para tal aventura, serão constantes.

Na Dark Web, há sites associados a tráfico de drogas, exploração infantil, serviços de assassinos de aluguel, sites com vídeos reais de pessoas sendo torturadas até a morte, domínios voltado a tráfico humano, sites de sexo voltados a preferências geralmente perturbadoras para a maioria das pessoas, e por aí vai …

O Silk Road, um mercado operante através da Darknet que utilizava a rede Tor, outrora um dos maiores domínios para o comércio de drogas, era hospedado lá. O site foi fechado pelo FBI e seu criador, condenado à prisão perpétua sem direito a condicional.

É nessa parte da web em que se encontram também os famosos fóruns de discussão de grupos radicais, inclusive criados por brasileiros, onde se organizam criminosos de todos os tipos. Recentemente, o responsável de um deles foi condenado a 41 anos de prisão, por crimes de racismo, terrorismo, incitação a crimes e divulgação de materiais ligados à pedofilia. O que põe em xeque a promessa de total anonimato na Deep Web.

Afinal, qual a diferença entre Deep Web e Dark Web?
De modo estrutural, a Dark Web faz parte da Deep Web, principalmente por seus domínios contarem com a mesma estrutura básica: não são indexados por motores de busca. No entanto, ela é uma parcela bem pequena, e voltada exclusivamente à prática de crimes, enquanto a Deep Web contém domínios necessários para operação da Web.


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