Estou lendo um Livro de Budha sobre o sofrimento Humano.
É um pouco pesado o texto; muita nomenclatura en Sânscrito mas acho que vai te elucidar em algumas coisas como elucidou à mim sobre a dimensão do Tempo, a ilusão e o sofrimento.
É, em primeiro lugar, o sofrimento que faz com que nos questionemos sobre a nossa existência.
O sofrimento nos arranca de nossa vaidade, nos sacode, e desperta ao mesmo tempo, a compaixão para com o sofrimento dos outros.
Após haver atingido o estado de Buda – o despertar espiritual sob a árvore Bodhi –
Gautama, em uma noite na qual velava, anunciou a seus discípulos o ensinamento das quatro nobresverdades:
Esta, ó monges, é a nobre verdade do sofrimento.
O nascimento é sofrimento, a velhice é sofrimento, a doença é sofrimento, a morte é sofrimento.
A tristeza, a miséria, a fadiga, o desgosto e o desespero são sofrimento.
Estar ligado à algo ou a alguém, sem o desejar é sofrimento, estar separado de algo ou alguém, sem o desejar, é sofrimento; desejar algo que não se pode ter é sofrimento.
Enfim, as cinco categorias de coisas de que se deseja apropriar são sofrimento.
Prisioneiro do mundo dos sentidos, o homem agarra-se a tudo que gera o sofrimento e pode-se dizer: ele mesmo é a causa de todo esse sofrimento!
Buda não colocou a questão da culpa.
Para ele, o sofrimento decorre das leis deste mundo de aparências.
Explicou a origem do homem no mundo, mediante a causa que precede e segue essa criação: da ignorância nasceram as formas, das formas nasceu a consciência, da consciência nasceram mentalidade e materialidade, e delas nasceram os cinco sentidos: visão, paladar, audição, olfato, tato e o sentir com a consciência, que é o sexto sentido.
Graças ao desaparecimento da ignorância, a forma resultante da vontade cessa; pelo desaparecimento da forma resultante da vontade, a consciência cessa, e assim por diante. Logo, toda a cadeia do sofrimento é interrompida.
Esta é a nobre verdade do desaparecimento do sofrimento.
Nossa própria realidade é constituída de impressões que nossos órgãos sensoriais elaboram e transmitem à consciência.
Toda consciência faz do mundo uma imagem que lhe é particular.
Desde a mais remota antigüidade, os mestres da sabedoria ensinaram que este mundo dimensiomal nada mais é que uma ilusão.
Um sonho vivo, no qual o homem cria as suas próprias dores!
Sobre a base dos seis sentidos, o contato torna-se possível; e através do contato, o sentimento; o sentimento cria os desejos; os desejos engendram o apego; do apego surge a geração; a geração engendra o nascimento, a velhice e a morte, a dor, as lamentações, a tristeza, o desgosto, o desespero.
Este é o estado do mundo do sofrimento.
Soltar as amarras!!!
Sabeis que cada homem nascido desta natureza deixa vestígios no eu aural, como resultado de seu ímpio curso de vida.
Esses vestígios, esse carma, se acumulam. Cada nascido da natureza que trilha a grandiosa senda de libertação coloca-se, também, infelizmente, diante de uma dupla tarefa, pois, antes que ele possa trilhar a senda da transfiguração, deve
primeiro dissolver esse carma, esse eu cármico. E isso só é possivel através do infinito cilco de nascimentos e mortes (REENCARNAÇÃO).
Angústia e a inquietude o impedem de levantar as âncoras que o prendem ao mundo das aparências e de se confiar à DIVINDADE.
Freqüentemente desejamos tirar vantagem das duas possibilidades: encontrar a salvação, sem todavia, abandonar os pequenos hábitos.
O primeiro passo na via da libertação consiste em desligar-se de tudo aquilo que não pertence à eternidade.
Segue-se a aprendizagem da equanimidade do autodomínio e da paciência.
Depois, vem o abandono de todos os comportamentos instigados pelos desejos pessoais e egoístas.
A jóia do discernimento é a fonte espiritual no coração do homem.
A intenção é que o homem tente atingir esse ideal, e que ele oriente a sua vida de modo que nada possa obstaculizar seu caminho.
Isso exige muita paciência, porque as forças que ele deseja anular são antagônicas e o aprisionam novamente. CICLO!
O homem também deve se despojar de todo egoísmo, aprender a arrancar lhe a máscara e a lhe opor a força impetuosa da sua fonte interior.
Esta força o impele à retidão, estritamente orientada para a exigência libertadora que exclui todo desejo grosseiro.
FONTE:
http://www.pentagrama.org.br/pentagramas/revista-ano-25-numero-2.pdf
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