FULL TRHOTTLE - https://www.youtube.com/watch?v=h-8xMyzzNBw
Lembra de Full Throttle?
“Uma hora você está na estrada, pilotando. Sem nenhuma preocupação. Aí um cara de terno chega, diz que tem um rolo para você e sua gangue. Mas quando você se toca, está com um galo na cabeça, a lei na a cola e uma sensação de que a estrada em que você está vai ficar muito mais esburacada…”
Parece a sinopse daqueles filmes de ação classe B dos anos 90. A década está certa, só que não é filme. É Full Throttle, um dos mais icônicos jogos de computador da história.
Full Throttle é um clássico ‘point and click’. Point o quê? Point and click, aqueles jogos em que tudo o que é necessário é o mouse para clicar e mandar o personagem se movimentar e interagir com o cenário e objetos. Gênero esse que foi um dos principais da LucasArts, estúdio de games ligado a George Lucas, criador de Star Wars e Indiana Jones, e que encerrou suas operações em abril do ano passado após ter sido comprado pela Disney (maldito Mickey!!).
Voltando ao jogo, a palavra-chave é aventura sobre rodas. O protagonista é Ben, líder da gangue Polecats. O objetivo dele é um tanto quanto romântico: impedir que a última fabricante de motocas nervosas caia nas mãos de empresários corruptos que vão extinguir as motos por toda a eternidade. Tudo se passa em um 2040 fictício, numa mistura de Mad Max com Easy Rider. Adicione um pouco de romance, suspense e comédia e uma das obras-primas dos anos 90 está pronta.
Na época, Full Throttle impressionou pela qualidade das dublagens. Os diálogos eram o forte do jogo, o elemento responsável por contar e fazer a história se desenrolar. Eles também eram essenciais — algumas partes pediam que o jogador escolhesse determinadas opções de respostas e, dependendo da opção, acabava morto, tendo que tentar de novo e reagir corretamente à situação.
Ben foi dublado por Roy Conrad, um ator pouco conhecido, mas que fez um trabalho fantástico em Full Throttle. A voz grave coube perfeitamente à frieza e à aspereza do protagonista, que respondia de forma curte e grossa – e às vezes irônica – e não levava desaforo para casa. Certamente um dos mais durões personagens da história dos games.
Relembrar é muito bom, mas é melhor ainda fazer isso na prática. Quer jogar Full Throttle e sentir aquele cheirinho de asfalto e encrenca? Fácil. É só baixar o emulador ScummVM (da própria página do projeto) e o arquivo do jogo (essa versão aqui não tem legendas em português). Aí é só seguir as instruções, abrir o game e passar umas boas horas nos anos 90. Ou se você tem preguiça e medo de pegar estrada, pode assistir a esse vídeo aqui, com Full Throttle de cabo a rabo.
O jogo quase ganhou duas sequências – uma no mesmo estilo, que se chamaria Full Throttle: Payback, que começou a ser produzida em 2000, e outra chamada Full Throttle: Hell on Wheels, mais focada na ação do que na aventura, e com versões para Playstation 2 e Xbox (uma demo chegou a ser mostrada na E3 de 2003). Nenhuma delas foi muito além da fase de projeto.
Full Throttle foi o primeiro game de aventura da LucasArts a ser lançado para Windows, já que todos os outros rodavam somente em MS-DOS, aquele sistema de tela preta em que era preciso digitar os códigos para rodar os programas. Criado em 1995, foi o décimo jogo criado com a Scumm (Script Creation Utility for Maniac Mansion), uma plataforma de linguagem e desenvolvimento criada inicialmente para Maniac Mansion, outro clássico, e que posteriormente foi usada para desenvolver jogos como Sam & Max, The Secret of Monkey Island e Day of the Tentacle.
Ou seja, Full Throttle é só um de uma família gigante de point and clicks de aventura da finada LucasArts. Mas já que você baixou o programa para jogar Full Throttle (confesse, você não resistiu e já está fazendo o download), aproveite e conheça o resto nessa retrospectiva aqui:
Nenhum comentário:
Postar um comentário