Livrando-se dos "Encostos"
Por vezes, o pior "encosto" é o encarnado que está ao nosso
lado, ao qual não nos afastamos por interesses egoísticos os mais diversos.
Esquecemos facilmente que somos os únicos responsáveis pela nossa
felicidade ou infelicidade, aqui com os "vivos" ou do lado de lá com
os "mortos". Um dia responderemos a um juiz implacável - nossa consciência
imortal.
Muitas
criaturas freqüentam os centros espíritas apenas para se livrarem do
"encosto" de espíritos atrasados, que lhes tolhem a liberdade de ação
e as impedem até de gozar os prazeres mais comuns. Elas se queixam de
perseguições invisíveis de "velhos adversários" do passado, mas
ignoram que, às vezes, se trata de uma providência salutar adotada pelos seus
próprios guias, no sentido de preservá-las de maiores prejuízos. Os espíritos
inferiores em serviço voluntário e sob o comando dos seus mentores, praticam os
seus "encostos" aplicando fluidos opressivos ou incômodos, que
funcionam à guisa de um "freio moderador" sobre os encarnados. Não se
trata de qualquer processo obsessivo, mas apenas de uma interferência compulsória
sobre os homens imprudentes, que tem como objetivo reduzir suas atividades
nocivas.
Subjugados
pela carga dos fluidos entorpecentes dos espíritos inferiores, as criaturas
deixam de comparecer a aventura extraconjugal censurável, faltam à jogatina
viciosa e evitam os ambientes prostituídos onde domina o tóxico alcoólico. Elas
sentem-se desanimadas, febris e buscam o leito de repouso, completamente
indispostas ou impossibilitadas para acompanhar as libações dos companheiros. É
óbvio que nem sempre o "encosto" é recurso providenciado pelos guias
em favor dos seus tutelados, pois também pode ser fruto do processo obsessivo
comandado pelos espíritos "das sombras". Mas, em ambos os casos, os
fluidos incômodos ou agressivos desaparecem na sua ação indesejável, assim que
as vítimas acertam sua "bússola espiritual" a objetivos sadios e
benfeitores.
Também não
importa o prestígio, a responsabilidade ou a cultura do homem do mundo, pois
tanto enferma entre lençóis confortáveis o rico e feliz, quanto o pobre, entre
os trapos da cama tosca. Até os anjos podem usar de métodos ríspidos, mas de
proveito espiritual, assim como os pais severos, ante o filho rebelde que não
atende aos seus conselhos, resolvem, adotar providências mais rigorosas e
eficazes. Esses recursos drásticos e violentos, embora criticáveis em sua
aparência, muitas vezes evitam que os encarnados ingressem na senda criminosa
que poderia atirá-los no cárcere, impede-os da aventura que lhes macularia o
nome benquisto, evita-lhes a união ilícita com a mulher prostituta ou afasta-os
do negócio desonesto e de agravo contra terceiros.
O
saneamento, portanto, não se refere propriamente ao corpo transitório, mas em
particular, ao espírito eterno, isto é, ao cidadão sideral. Atinge o homem
rico, formoso e culto, assim como a criatura ignorante e coberta de andrajos.
Ramatís - Elucidações do Além
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