Ainda vivemos em uma ditadura, silenciosa ou escondida, mas de fato ela existe.
Imagine-se um batalhador, sem grandes recursos, suando a camisa ano após ano para conquistar seus pequenos objetivos, pequenos sonhos, a sua tão sonhada casa e terra. E agora, imagine anos de luta sendo retirados de vc.
Quando há o interesse do governo, ele certamente irá passar por cima de vc e seus sonhos, se vc estiver no caminho dele.
Casos como o Transcarioca e Jogos/Copa, As grandes empresas como LLX Superporto do Açu e Belo Monte são hoje o grande pesadelo de
homens e mulheres lutadores, que dia após dia estão a suar a camisa
para educar seus filhos e cuidar de seus entes queridos idosos.
Não sou contra e não devemos ser contra ao desenvolvimento e crescimento de nosso país, mas deve se ter a visão de que pessoas não são bichos para serem removidos de suas terras.
Deve-se haver um melhor planejamento, para dar a essas pessoas algo digno.
Exemplos infelizes como a construção das usinas hidrelétricas de Tucuruí (PA) e Balbina (AM),
as últimas construídas na Amazônia, nas décadas de 1970 e 1980, estão aí de prova.
Desalojaram comunidades, inundaram enormes extensões de terra e destruíram a fauna e flora daquelas regiões.
Balbina, a 146 quilômetros de Manaus, significou a inundação da reserva indígena Waimiri-Atroari, mortandade de peixes, escassez
de alimentos e fome para as populações locais. A contrapartida, que era
o abastecimento de energia elétrica da população local, não foi cumprida. O desastre foi tal que, em 1989, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), depois de analisar a situação do Rio Uatumã, onde a hidrelétrica fora construída, concluiu por sua morte biológica.
Em Tucuruí não foi muito diferente. Quase dez mil famílias ficaram sem suas terras, entre indígenas e ribeirinhos.
"Não somos contra o desenvolvimento e o crescimento, somos contra ao desrespeito com cidadãos e seus direitos e a falta de planejamento dos empreendimentos"
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