Com
investimentos de R$ 7,5 bi e participação técnica de associações
ligadas aos setores de ortopedia técnica e tecnologia assistiva, o
programa vai amputados e demais pessoas com algum tipo de deficiência no
país, melhorando o acesso destes cidadãos aos direitos básicos.
No
último dia 17 de novembro, o Brasil iniciou uma nova fase para as mais
de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (IBGE 2010) e as
cerca de sete mil empresas do setor. Foi lançado pela presidente Dilma
Rousseff o Plano Nacional da Pessoa com Deficiência, também conhecido como Viver sem Limite. O
programa, que prevê diversas metas para o setor até 2014, pretende
beneficiar amputados e demais pessoas com mobilidade reduzida,
através da participação técnica da Associação Brasileira de Ortopedia
Técnica (Abotec), Associação Brasileira de Tecnologia Assistiva (Abteca)
e Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e
Serviços para Pessoas com Deficiência (Abridef), além outras entidades
ligadas ao setor, nas comissões do Plano Nacional, como o Comitê de
Ajudas Técnicas.
A
iniciativa integra ações de 15 órgãos federais, sob a coordenação da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e tem como
meta orçamentária investir R$ 7,5 bilhões até 2014. Os investimentos
serão feitos para atender quatro diferentes eixos: educação,
acessibilidade, saúde e inclusão social. Para que os recursos
destinados pelo programa tenham o melhor aproveitamento possível, o
Governo Federal conta com o envolvimento das entidades privadas,
representadas em boa parte pelas três associações, como orientadoras das
necessidades da indústria e dos consumidores dos produtos de tecnologia
assistiva.
BENEFÍCIOS
- De acordo com o presidente da Abridef, Rodrigo Rosso, o envolvimento
da indústria dentro do Plano Nacional norteará o desenvolvimento de uma
série de benefícios em escala, por conta do conhecimento e experiência
da iniciativa privada dentro do setor, know-how que permitirá a
melhora de condições de formação de mão de obra qualificada até o
consumidor final. “A proposta causará uma verdadeira revolução na vida
das pessoas com deficiência e para as empresas do setor” afirma,
explicando que várias reformas serão feitas e vários fomentos
serão disponibilizados à indústria nacional e ao mercado, dando
condições para as indústrias produzirem mais e com mais qualidade
tecnológica. “As lojas por sua vez venderão mais produtos e de melhor qualidade, com facilidade na comercialização”, analisa.
Para que a fomentação da indústria seja aplicada, o Plano Nacional da Pessoa com Deficiência
prevê uma linha de crédito que visa o desenvolvimento de tecnologia das
empresas fabricantes e prestadoras de serviços para pessoas com
deficiência, em parceria com universidades do Brasil, por meio
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada
ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Outra ação que incentivará
economicamente o desenvolvimento do novo programa do Governo Federal é a
abertura de microcrédito para as pessoas que necessitam de tecnologia
assistiva, intermediados pelo Banco do Brasil. Nessa diretriz, qualquer
pessoa que tenha até 10 salários mínimos poderá pedir financiamento para
a compra de produtos, com taxas de 0,64% ao mês, carência de 180 dias e
prazo de 60 meses para pagar.
ORTOPEDIA TÉCNICA
- Para o presidente da Abotec, Joaquim Cunha, o programa do Governo
poderá trazer uma série de benefícios para os consumidores e a indústria
de ortopedia técnica. “Com a possibilidade de obter microcrédito, as
pessoas que possuem necessidade de tecnologia assistiva poderão ter
livre escolha de procurar qual é o melhor produto, dentro daquilo que
ela busca. A iniciativa vai gerar competitividade entre as empresas,
estimulando a qualificação”, explica.
Dentro
do escopo do Plano Nacional, a meta é chegar até 2014 com um número bem
maior de profissionais qualificados para a prestação de serviços que
possam atender a indústria e as pessoas com deficiência. Nesse processo estão
inclusos a criação de 19 Centros de Formação Técnica de Profissionais,
cerca de 660 protesistas e ortesistas, além de 45 Centros de Referência
de Reabilitação (intelectual, visual, física e auditiva).
Há
anos a Abotec vem promovendo cursos técnicos de capacitação para
ortesistas e protesista, por isso reconhece a importância da
qualificação de profissionais do setor. “Sabemos dessa necessidade,
porque quando se fala de Tecnologia Assistiva, nos referimos aos
serviços e produtos especializados e, principalmente, personalizados.
Por isso, é de extrema importância a capacitação dessas pessoas que os
assistem e que produzem os equipamentos que vão auxiliá-los. Mas, o mais
importante é que a política voltada para esse atendimento e assistência
venha a priorizar a qualidade e não o atendimento em massa”, comenta
Cunha.
MERCADO DE TRABALHO - Com relação às atividades profissionais, será
estimulado o ingresso da pessoa com deficiência no mercado de trabalho,
com a garantia do retorno ao Benefício de Prestação Continuada (BPC),
no caso de desemprego, e a possibilidade de acúmulo do
benefício com a renda do contrato de aprendizagem. Além disso, por meio
do Programa BPC Trabalho, beneficiários serão acompanhados e orientados,
com o objetivo de incluí-los no mercado de trabalho.
REPRESENTATIVIDADE
- A força e a representatividade da Abotec, Abridef e a Abteca no
desenvolvimento de ações às pessoas com deficiência fez com que as
entidades fossem convidadas pelos órgãos do Governo Federal, por meio
dos ministérios de Ciência e Tecnologia e dos Direitos Humanos, a
participar do Plano Nacional, apoio esse oficializado no último dia 8 de
novembro, com a entrega do documento de intenções assinado pelas três
entidades. Juntas as instituições representam diretamente cerca de 400
empresas do segmento.
A
Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) é uma entidade que
se preocupa com o desenvolvimento técnico-científico da Ortopedia
Técnica do Brasil. Atua há 23 anos no aprimoramento de profissionais com
treinamento técnico e humanístico para o melhor resultado em
reabilitações físicas e no atendimento às pessoas com deficiência
física.
A
Associação Brasileira das Indústrias de Revendedores de Serviços para
Pessoas com Deficiência (Abridef) foi fundada em 2010 com o objetivo de
equilibrar o mercado com produtos e serviços condizentes com as normas
técnicas, garantindo a segurança do consumidor final. A entidade conta
hoje com mais de 30 associados que atuam nas categorias acessibilidade,
serviços, plataformas e elevadores, cadeiras de roda, automóveis e
outras. Uma de suas funções é buscar o cumprimento de normas legais e
padrões técnicos pertinentes às atividades de cada associado,
pretendendo certificar os fabricantes com um selo de qualidade.
A
Associação Brasileira de Tecnologia Assistiva (Abteca) tem por missão e
objetivo estimular a atuação de organizações privadas, voltadas à
promoção da autonomia e independência das pessoas com deficiência,
atuando como referência de especificação e qualificação de produtos e
serviços destinados à Tecnologia Assistiva.
Fonte: abotec e Lázaro Britto
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