Por que a energia no Brasil é cara?
- No Brasil, 77% de toda a energia produzida vêm de usinas  hidrelétricas, a fonte mais barata que existe. Mas a construção das  usinas e sistemas de transmissão e distribuição é um investimento  bilionário. Para viabilizar essa construção, o governo faz contratos de  concessão com empresas e o investimento é recuperado cobrando-se um  valor adicional nas contas de luz. Portanto, quem paga pela construção  do sistema elétrico é o consumidor. As contas são mais altas no período  de amortização. Porém, passados 35 anos, limite máximo definido pela lei  para a recuperação do investimento, a tarifa tem que baixar, e muito...  
 
Essa dívida não acaba nunca?
- Tem que acabar. A conta já está paga.
As concessões das usinas mais antigas do Brasil venceram em 1995. Na  época, as companhias receberam compensações bilionárias, equivalentes a  aproximadamente 144 bilhões de reais,  em valores de hoje. Além disso,  tiveram seus contratos prorrogados sem leilão, sem concorrência, por  mais 20 anos, totalizando uma media de 56 anos de concessão. Ou seja, os  brasileiros já estão pagando essa conta há mais de cinco décadas. Tempo  mais que suficiente para pagar os investimentos. Esses contratos  vencerão de novo em 2015.   
 
Nossa energia pode ficar mais barata?
- Pode. Basta cumprir a lei. 
A lei atual não permite novas prorrogações e determina que sejam  feitos leilões para novos períodos de concessão. O Brasil está diante de  uma oportunidade: a partir de 2015, terminam os contratos de 82% das  linhas de transmissão, de 40% da distribuição e de 112 usinas  hidrelétricas (28% da geração). Os novos leilões devem ser realizados  pelo critério de menor tarifa. Hoje, o preço médio da energia  comercializada por essas usinas é R$ 90,98 por megawatt/hora. No  entanto, nos leilões mais recentes de concessão (usinas de Santo  Antonio, Jirau, Belo Monte e Teles Pires) o preço médio dessa energia,  descontada a amortização dos investimentos, foi R$ 20,69 por  megawatt/hora, em média. Ou seja, 77% mais barata.    Com a realização de novos leilões para os contratos que vencerão a  partir de 2015, estima-se que a economia para os consumidores poderá  chegar a 918 bilhões de reais, em 30 anos. Ou 30 bilhões de reais por  ano, o que daria para manter mais dois programas sociais do tamanho do  Bolsa Família.
 
O que o Brasil ganha com isso?
- Competitividade.
Reduzir o preço da energia permitirá que as famílias economizem na  conta de luz, que os produtos fiquem mais baratos, que as pessoas  comprem mais. Isso movimenta toda a economia, gera empregos, enfim, todo  mundo ganha. 
 
Se é bom para todo mundo, qual o problema?
- O lobby de poucos.
Os atuais concessionários querem dar algum desconto para manter tudo do jeito que está, ignorando o cumprimento da lei e os direitos dos consumidores.  Afinal, há muito dinheiro em jogo.  Estão pressionando o governo e o  Congresso para mudar a lei e prorrogar os contratos mais uma vez, sem  leilões, prejudicando todos os brasileiros. Um absurdo.
 




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