domingo, 24 de abril de 2011

ROCK PROGRESSIVO

Rock progressivo (também abreviado por prog rock ou prog) é um estilo de música de rock que surgiu no fim da década de 1960, na Inglaterra. Conseguiu se tornar muito popular na década de 1970, mas ainda hoje possui muitos adeptos.

O estilo recebeu influências da música clássica e do jazz fusion, em contraste com o rock estadunidense historicamente, influenciado pelo rhythm and blues e pela música country. Ao longo dos anos apareceram muitos sub-géneros deste estilo tais como o rock sinfônico, o space rock, o krautrock, o R.I.O e o metal progressivo. Praticamente todos os países desenvolveram músicos ou agrupamentos musicais voltados a esse gênero.
As principais características do rock progressivo incluem:
 
Elementos essenciais
Composições longas, por vezes atingindo os 20 minutos (ou até mesmo durando o tempo de um álbum inteiro, como é o caso do Thick as a Brick, da banda Jethro Tull), com melodias e harmonias complexas. Estas são muitas vezes chamadas de épicos e são a melhor aproximação do género à música clássica. Um bom exemplo dos primeiros foi a peça de 23 minutos "Echoes" dos Pink Floyd, ou "Atom Heart Mother". Outros exemplos famosos são: "Close to the Edge" dos Yes com 18 minutos, "2112" e "Hemispheres" do Rush com 20 e 18 minutos, respectivamente. "A Change Of Seasons", com 23 minutos e "Six Degrees of Inner Turbulence", com 42 minutos (dividida em 8 sessões, também chamados "Atos"), "Octavarium", com 23 minutos, todas do Dream Theater e "Supper’s Ready" dos Genesis com 23 minutos, além do álbum de uma só música, do Jethro Tull, Thick as a brick, "Eruption" Focus com 23 minutos e Emerson, Lake & Palmer, com as peças "Tarkus" e "Karn Evil 9". No Brasil temos "1974" do e "Amanhecer Total" do O Terço com 13 minutos e 19 minutos respectivamente, "Eyes of time" do Arion com 14 minutos, "Luares" do Palma com 15 minutos e "Hey Joe" dos Mutantes com 12 minutos.

Mais recentemente encontram-se exemplos extremos: "Light of Day, Day of Darkness" dos Green Carnation com 60 minutos e "Garden of Dreams" dos The Flower Kings com 64 minutos, embora dividido em 18 secções.
Letras que abordam temas como ficção científica, fantasia, religião, guerra, amor, loucura e história. Na anos 1970 muitas bandas progressivas (principalmente alemãs) usavam letras de cunho político esquerdista. No entanto, o factor "letras" não pode ser utilizado para definir o rock progressivo. Muitas das grandes músicas no rock progressivo são instrumentais.

Álbuns conceptuais, nos quais o tema ou história é explorado ao longo de todo o álbum, tornando-se um conceptual do estilo ópera rock se seguir uma história. Na época dos discos de vinil, normalmente eram usados álbuns duplos com capas com gráficos bastante sugestivos e muito completas. Exemplos famosos disso incluem: The Lamb Lies Down on Broadway dos Genesis, 2112 e Hemispheres do Rush, Tales From Topographic Oceans dos Yes, Dark side of the Moon e The wall dos Pink Floyd, e mais recentemente Metropolis, Pt. 2: Scenes From A Memory e Six Degrees of Inner Turbulence, ambos dos Dream Theater, Bigorna do Cartoon (banda) ou Snow dos Spock's Beard.

Vocalizações pouco usuais e uso de harmonias vocais múltiplas: Magma, Robert Wyatt e Gentle Giant.
Uso proeminente de instrumentos eletrônicos, particularmente de teclados como órgão Hammond, piano, mellotron, sintetizadores Moog (moog modular e minimoog) e sintetizadores ARP, em adição à combinação usual do rock de guitarra, baixo e bateria. Além disso, instrumentos pouco ligados à estética rock, como a flauta (o mais utilizado destes), o violoncelo, bandolim, trompete e corne inglês. A busca de novos timbres e novos padrões sonoros, conseguidos naturalmente através desses instrumentos ou tratados em estúdios, também sempre foi uma obsessão de seus músicos e admiradores, ávidos por atingirem as portas da percepção sonora.

O uso de síncope, compasso composto, escalas musicais e modos complexos. Algumas peças usam múltiplos andamentos e tempos muitas vezes sobrepostos. O início de Close To The Edge dos YES é um exemplo claro de polirritmia. A banda King Crimson combina muitas vezes muitos deste elementos na mesma música. Muitas das músicas do Rush são em parte ou completamente na métrica de 7/8. “Dance of eternity” do Dream Theater, tem mudanças de compasso numa sequência de 5/8-5/8-7/8-5/8-7/8-5/8-5/8-7/8.
Enormes solos de praticamente todos os instrumentos, expressamente para demonstrar o virtuosismo e feeling dos músicos, sendo esta o tipo de actuação que contribuiu para a fama de intérpretes como os tecladistas Rick Wakeman e Keith Emerson, os bateristas Neil Peart, Mike Portnoy e Carl Palme, guitarristas como David Gilmour, John Petrucci e Steve Howe e baixistas como Chris Squire, John Myung e Geddy Lee.

Inclusão de peças clássicas nos álbuns. O Yes, por exemplo, começavam os seus concertos com um sampler de “Firebird suite” de Igor Stravinsky e o Emerson Lake & Palmer tocava arranjos de peças de Aaron Copland, Bela Bartok, Modest Mussorgsky, Sergei Prokofiev, Leoš Janáček e Alberto Ginastera, e muitas vezes misturavam partes extensas de peças de Johann Sebastian Bach. A banda Marillion começou concertos com “La Gazza Ladra” de Gioacchino Rossini e deram esse nome ao seu terceiro álbum ao vivo. Symphony X inspirou-se em e incluíram peças de Ludwig van Beethoven, Gustav Holst e Wolfgang Amadeus Mozart. Emerson Lake & Palmer chegaram ao ponto de tocar apenas clássicos. Pictures at an exibition, do grupo Emerson, Lake & Palmer é o melhor exemplo disso, sendo uma peça de Mussorgsky à qual foi dada um arranjo rock, e acrescentadas letras e músicas compostas pelos intérpretes.

Outros exemplos são “The Barbarian” (um arranjo para piano da peça “Allegro Bárbaro” de Bela Bartok e “Knife edge” (um arranjo com letra da “Sinfonietta” de Leos Janacek em conjunto com “French suite em Ré menor de Bach. Os grupos Renaissance, OMEGA e diversas outras bandas costumavam inserir trechos de peças barrocas como a "Toccata e Fuga em Ré menor BWV 565" de Bach.

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