por : Octávio Caúmo Serrano - Jornal O Clarim Agosto 2013
"Talvez você seja o único Evangelho vivo que seu irmão possa ler.”
A frase é atribuída à irmã Teresa de Calcutá, mas desconhecemos se a informação procede e em que obra ou texto ela estaria realmente mencionada. O mesmo podemos dizer desta outra, atribuída a São Francisco de Assis: “Tome cuidado com a sua vida, porque talvez ela possa ser o único Evangelho que o teu irmão irá escutar”. Mas, como a assinatura tem menos importância do que o conteúdo – já aprendemos nas advertências em O Livro dos Médiuns –, decidimos divulgá-las por serem expressivos alertas para todos nós.
Após tomar conhecimento e estudar os quatro Evangelhos escolhidos pela Igreja para compor o Novo Testamento – Mateus, Marcos, Lucas e João – é preciso que sejamos, nós mesmos, o quinto Evangelho. Mas não escrito; vivido. Isso independe da religião que professamos, porque não é o rótulo que decide a qualidade do ser humano, mas seu comportamento diante da vida e de si próprio.
Os textos retratados na Bíblia devem servir de roteiro para nos orientar quanto ao que fazer e como viver, de forma a dar vida às advertências de Jesus. Trazê-los decorados, prontos para serem recitados em capítulos e versículos, de nada valerá se não vivermos em conformidade com o proposto pelo Nosso Cristo. Em alusão às mensagens espíritas, dissemos certa vez, com base em citação de um confrade, que já não temos de distribuir mensagens; nós é que temos de ser a mensagem.
Entre os espíritas, temos recebido muitas advertências dos luminares Emmanuel e Bezerra de Menezes, entre tantos outros de igual lucidez, que temos de falar menos de caridade e ser mais caridosos. Os tempos são de ação, não de discurso. É preciso interação no estudo e no trabalho. Há cerca de vinte séculos já recebemos a informação de um dos apóstolos do Cristo: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tiago, 2:17). A fé espírita é raciocinada e para tal é preciso fundamentar-se em procedimentos e não em dogmas.
Quando realizamos obras em favor de quem necessita, estamos exercitando a fé de agirmos coerentes com a Lei Divina de amor ao próximo, a única que pode salvar e trazer paz ao mundo. O amor é o soberano antídoto contra o orgulho e o egoísmo, já amplamente definidos como as duas maiores doenças da humanidade. Os grandes e principais inimigos a serem vencidos por todos nós. São portadores dessa enfermidade, em maior ou menor dose, praticamente todos os seres humanos.
Não nos preocupemos com suntuosas realizações. O dedicado chefe de família, o filho agradecido, o patrão de humanidade, o empregado zeloso, todos estão realizando grandes obras. O amigo leal e o homem reconhecido, o empresário honesto e o governo decente, são exemplos de amor ao próximo. Tudo o que contribua para a harmonia do Universo e nos afaste da ira, da mágoa, da revolta são gestos de amor.
Vamos nos conscientizar e aproveitar o conhecimento que chegou até nós pelo Evangelho de Jesus e respectivas explicações que nos foram dadas pelo Espiritismo. Se perdermos esta rara oportunidade de crescimento, estaremos, como aconteceu com Públius Lentulos, perdendo um raro momento de decisão que pode representar para nós a maior renovação espiritual da história da nossa eternidade.
Que Deus nos dê discernimento e coragem!
PAZ e LUZ ----- Tulio
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