Todo mundo conhece o Pão de Açúcar, seu bondinho, sua história e sua beleza. Mas será que sabe da enorme caverna que o morro oculta? Uma falha na rocha granítica criada há mais de um bilhão de anos, no costão virado para o alto-mar, fora da barra - justamente no ângulo menos visível e acessível do penedo.
No início da década de 30, foi morar nela um ermitão português chamado Eduardo de Almeida, que vivia do que pescava e caçava, ignorando completamente as pessoas e a cidade. Nos anos 60, aceitou repartir a ampla caverna com um casal - Francisco de Brito e Isídia Maria da Conceição -, que plantava banana e mamão na encosta do morro da Urca para vendê-los aos banhistas na Praia vermelha. Em 1968, foram todos despejados pelos militares da Fortaleza de São João e desde então é proibido o acesso ao local. O eremita Eduardo tinha 58 anos.
Longe de ser uma exceção, o recurso de morar embaixo da terra persiste no Rio em pleno ano de 2005: o mineiro Mário "Rambo", de 43 anos, mora numa caverna perto de São Conrado; seu conterrâneo "Chico da Pedra", 70, reside há 18 anos numa pequena gruta no pé do Vidigal; e o pernambucano Severino Gomes, 53, ( O "SEM FUTURO") vive primitivamente há 25 anos na mata entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, fora da área militar.
Ainda sobre o Pão de Açúcar, os místicos têm uma série de suposições, e a mais comum diz de que ele é um monumento fenício (como também o seria a Pedra da Gávea) e que apresenta em sua face Norte, em baixo relevo, a figura de imensa íbis, ave sagrada dos egípcios. O fato é que, às 11 horas, quem olhar para o Pão de Açúcar a partir da Marina da Glória verá mesmo projetada na rocha uma sombra semelhante à de um grande pássaro. Outra lenda é sobre a silhueta de um ancião chamado Guardião da Pedra, também visível em determinadas condições de luminosidade - e com muita boa vontade.
E tem ainda uma lenda árabe que indica o Pão de Açúcar como a "Mano Satanas", morada de forças malignas ancestrais, enquanto outros afirmam que o morro está ligado subterraneamente ao Dedo de Deus, em Teresópolis. A curiosidade mais conhecida, entretanto, é a semelhança da topografia do Rio de Janeiro, observada da Ilha Rasa, em alto mar, com o perfil de um homem deitado que seria o "gigante adormecido" - a cabeça corresponde à Pedra da Gávea, os pés estariam no Pão de Açúcar e a região púbica, no Corcovado. Aí fica por conta da imaginação de cada um. De certo mesmo, só os nossos homens das cavernas!
DADOS POUCO CONHECIDOS SOBRE O PÃO DE AÇÚCAR
Os antigos moradores do Rio de Janeiro julgavam impossível o acesso ao pico do Pão de Açúcar. Foi, pois, um grande acontecimento a escalada feita em 1817 por uma senhora inglesa, Lady America Vespucia, que no alto do penhasco colocou um poste com a bandeira da Grã Bretanha. Depois dessa ousada expedição, a 31 de outubro de 1851 o norte-americano Burdell e dez companheiros, inclusive duas senhoras e um menino (Luiz Burdell), todos estrangeiros, escalaram a famosa escarpa, regressando após trinta horas de permanência naquelas alturas. Com a criação da Escola de Aplicação Militar e seu aquartelamento na Praia Vermelha, tornaram-se frequentes as excursões ao Pão de Açúcar, sendo das mais notáveis as que empreenderam os alunos da Escola Militar, em princípios de 1889, na chegada de D. Pedro II de sua viagem a Europa, colocando ali uma bandeira com a legenda "Salve", tendo cada letra sete metros. No mesmo ano, em 13 de outubro, por ocasião da visita ao Rio de Janeiro do navio chileno Almirante Cochrane, repetiu-se a difícil escalada. Anos antes, em 1883, o engenheiro americano Morris N. Kohn, propôs o plano de um elevador mecânico ou ponte (inclined suspension bridge), para transportar passageiros até o alto do Pão de Açúcar. A portaria do Ministro da Agricultura, Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável dos vereadores Pinto Guedes, Emílio da Fonseca e Oliveira Brito, a 21 de março do mesmo ano. A concessão caducou sem nada ter sido feito. Em princípio de 1889, o Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Rodrigo Augusto da Silva, submeteu à mesma ilustríssima Câmara Municipal o projeto de um grupo de empresários ingleses propondo a concessão para desmontar o Pão de Açúcar e utilizara pedra resultante em aterro a ser feito no bairro da Glória ate o Centro. O parecer não chegou a ser emitido pelos vereadores haja vista a Proclamação da República, a 15 de novembro seguinte.
Em 1890, o Ministro da Argentina no Brasil, Dr. Henrique Moreno, sugeriu a ereção de uma estátua em homenagem a Cristóvão Colombo no cimo do Pão de Açúcar, sendo defendida essa ideia no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pelo escritor João Severiano da Fonseca, irmão de Manuel Deodoro da Fonseca, Presidente do Brasil. De acordo com o decreto no. 1.260, de 29 de maio de 1909, foi o Prefeito autorizado pelo Conselho Municipal a conceder, ao engenheiro civil Augusto Ferreira Ramos e outros, o direito exclusivo, pelo prazo de trinta anos, para construção e exploração de um caminho aéreo entre a antiga Escola Militar e o alto do morro da Urca, com ramais para o pico do Pão de Açúcar e para a chapada do morro da Babilônia. A 30 de julho de 1909, assinou-se, na Prefeitura, sob a administração Serzedelo Correa, o respectivo contrato com o engenheiro Augusto Ferreira Ramos e Manoel Antônio Galvão, industrial, ambos domiciliados nesta cidade, e segundo o plano idealizado pelo engenheiro Fredolino Cardozo. A cada ano, o Pão de Açúcar perde 60 toneladas de rocha em média devido à erosão provocada pelas chuvas e vento.
O ELEVADOR DO PÃO DE AÇÚCAR
Na sessão de 21 de março de 1883, foi tratado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o "requerimento mandado por Sua Majestade o Imperador, por intermédio do Ministério da Agricultura, em que Morris N. Kohn pede concessão para si ou para uma empresa a organizar, construir, usar e gozar um elevador mecânico ou uma ponte denominada por sua natureza Inclined Suspension Bridge, para o alto do Pão de Açúcar." Esse Morris N. Kohn era um inventor judeu norte-americano e que já tentara um sem número de patentes no Rio de Janeiro, algumas bem interessantes, como a de 1873, junto com Joseph Spyer, de fabricação de camas de tecido de arame e palhinha metálica. Outra iniciativa progressista foi a que propôs ao Imperador a 21 de abril de 1884, de instalar luz elétrica no Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvao. A portaria do Ministro da Agricultura , Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto do elevador do Pão de Açúcar à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável na citada data de março seguinte dos vereadores Pinto Guedes, Emilio da Fonseca e Oliveira Brito. O elevador mecânico subiria pelo costão marítimo do Pão de Açúcar, e seria muito semelhante ao que seis anos depois o engenheiro francês Gustave Eiffel inauguraria na sua torre, em Paris. Mesmo com os pareceres favoráveis, nada foi feito. Com a Proclamação da República, em 1889, a concessão caducou e, depois de uma série de decepções com o novo governo, Kohn retornou em 1892 aos Estados Unidos. Somente trinta anos depois, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos realizaria o sonho de Kohn, com o atual teleférico.
No início da década de 30, foi morar nela um ermitão português chamado Eduardo de Almeida, que vivia do que pescava e caçava, ignorando completamente as pessoas e a cidade. Nos anos 60, aceitou repartir a ampla caverna com um casal - Francisco de Brito e Isídia Maria da Conceição -, que plantava banana e mamão na encosta do morro da Urca para vendê-los aos banhistas na Praia vermelha. Em 1968, foram todos despejados pelos militares da Fortaleza de São João e desde então é proibido o acesso ao local. O eremita Eduardo tinha 58 anos.
Longe de ser uma exceção, o recurso de morar embaixo da terra persiste no Rio em pleno ano de 2005: o mineiro Mário "Rambo", de 43 anos, mora numa caverna perto de São Conrado; seu conterrâneo "Chico da Pedra", 70, reside há 18 anos numa pequena gruta no pé do Vidigal; e o pernambucano Severino Gomes, 53, ( O "SEM FUTURO") vive primitivamente há 25 anos na mata entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, fora da área militar.
Fora??? - No Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=23542790
Ainda sobre o Pão de Açúcar, os místicos têm uma série de suposições, e a mais comum diz de que ele é um monumento fenício (como também o seria a Pedra da Gávea) e que apresenta em sua face Norte, em baixo relevo, a figura de imensa íbis, ave sagrada dos egípcios. O fato é que, às 11 horas, quem olhar para o Pão de Açúcar a partir da Marina da Glória verá mesmo projetada na rocha uma sombra semelhante à de um grande pássaro. Outra lenda é sobre a silhueta de um ancião chamado Guardião da Pedra, também visível em determinadas condições de luminosidade - e com muita boa vontade.
E tem ainda uma lenda árabe que indica o Pão de Açúcar como a "Mano Satanas", morada de forças malignas ancestrais, enquanto outros afirmam que o morro está ligado subterraneamente ao Dedo de Deus, em Teresópolis. A curiosidade mais conhecida, entretanto, é a semelhança da topografia do Rio de Janeiro, observada da Ilha Rasa, em alto mar, com o perfil de um homem deitado que seria o "gigante adormecido" - a cabeça corresponde à Pedra da Gávea, os pés estariam no Pão de Açúcar e a região púbica, no Corcovado. Aí fica por conta da imaginação de cada um. De certo mesmo, só os nossos homens das cavernas!
DADOS POUCO CONHECIDOS SOBRE O PÃO DE AÇÚCAR
Os antigos moradores do Rio de Janeiro julgavam impossível o acesso ao pico do Pão de Açúcar. Foi, pois, um grande acontecimento a escalada feita em 1817 por uma senhora inglesa, Lady America Vespucia, que no alto do penhasco colocou um poste com a bandeira da Grã Bretanha. Depois dessa ousada expedição, a 31 de outubro de 1851 o norte-americano Burdell e dez companheiros, inclusive duas senhoras e um menino (Luiz Burdell), todos estrangeiros, escalaram a famosa escarpa, regressando após trinta horas de permanência naquelas alturas. Com a criação da Escola de Aplicação Militar e seu aquartelamento na Praia Vermelha, tornaram-se frequentes as excursões ao Pão de Açúcar, sendo das mais notáveis as que empreenderam os alunos da Escola Militar, em princípios de 1889, na chegada de D. Pedro II de sua viagem a Europa, colocando ali uma bandeira com a legenda "Salve", tendo cada letra sete metros. No mesmo ano, em 13 de outubro, por ocasião da visita ao Rio de Janeiro do navio chileno Almirante Cochrane, repetiu-se a difícil escalada. Anos antes, em 1883, o engenheiro americano Morris N. Kohn, propôs o plano de um elevador mecânico ou ponte (inclined suspension bridge), para transportar passageiros até o alto do Pão de Açúcar. A portaria do Ministro da Agricultura, Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável dos vereadores Pinto Guedes, Emílio da Fonseca e Oliveira Brito, a 21 de março do mesmo ano. A concessão caducou sem nada ter sido feito. Em princípio de 1889, o Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Rodrigo Augusto da Silva, submeteu à mesma ilustríssima Câmara Municipal o projeto de um grupo de empresários ingleses propondo a concessão para desmontar o Pão de Açúcar e utilizara pedra resultante em aterro a ser feito no bairro da Glória ate o Centro. O parecer não chegou a ser emitido pelos vereadores haja vista a Proclamação da República, a 15 de novembro seguinte.
Em 1890, o Ministro da Argentina no Brasil, Dr. Henrique Moreno, sugeriu a ereção de uma estátua em homenagem a Cristóvão Colombo no cimo do Pão de Açúcar, sendo defendida essa ideia no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pelo escritor João Severiano da Fonseca, irmão de Manuel Deodoro da Fonseca, Presidente do Brasil. De acordo com o decreto no. 1.260, de 29 de maio de 1909, foi o Prefeito autorizado pelo Conselho Municipal a conceder, ao engenheiro civil Augusto Ferreira Ramos e outros, o direito exclusivo, pelo prazo de trinta anos, para construção e exploração de um caminho aéreo entre a antiga Escola Militar e o alto do morro da Urca, com ramais para o pico do Pão de Açúcar e para a chapada do morro da Babilônia. A 30 de julho de 1909, assinou-se, na Prefeitura, sob a administração Serzedelo Correa, o respectivo contrato com o engenheiro Augusto Ferreira Ramos e Manoel Antônio Galvão, industrial, ambos domiciliados nesta cidade, e segundo o plano idealizado pelo engenheiro Fredolino Cardozo. A cada ano, o Pão de Açúcar perde 60 toneladas de rocha em média devido à erosão provocada pelas chuvas e vento.
O ELEVADOR DO PÃO DE AÇÚCAR
Na sessão de 21 de março de 1883, foi tratado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o "requerimento mandado por Sua Majestade o Imperador, por intermédio do Ministério da Agricultura, em que Morris N. Kohn pede concessão para si ou para uma empresa a organizar, construir, usar e gozar um elevador mecânico ou uma ponte denominada por sua natureza Inclined Suspension Bridge, para o alto do Pão de Açúcar." Esse Morris N. Kohn era um inventor judeu norte-americano e que já tentara um sem número de patentes no Rio de Janeiro, algumas bem interessantes, como a de 1873, junto com Joseph Spyer, de fabricação de camas de tecido de arame e palhinha metálica. Outra iniciativa progressista foi a que propôs ao Imperador a 21 de abril de 1884, de instalar luz elétrica no Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvao. A portaria do Ministro da Agricultura , Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto do elevador do Pão de Açúcar à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável na citada data de março seguinte dos vereadores Pinto Guedes, Emilio da Fonseca e Oliveira Brito. O elevador mecânico subiria pelo costão marítimo do Pão de Açúcar, e seria muito semelhante ao que seis anos depois o engenheiro francês Gustave Eiffel inauguraria na sua torre, em Paris. Mesmo com os pareceres favoráveis, nada foi feito. Com a Proclamação da República, em 1889, a concessão caducou e, depois de uma série de decepções com o novo governo, Kohn retornou em 1892 aos Estados Unidos. Somente trinta anos depois, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos realizaria o sonho de Kohn, com o atual teleférico.
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