quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

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Banca do Blues – um oásis de boa música no centro da cidade


Entra governo, sai governo, muda o prefeito, muda a política, cidade em obras, mas, apesar de todas as dificuldades o produtor Paulo Vanzillotta mantém aberta a famosa Banca do Blues no Rio de Janeiro, um verdadeiro oásis no centro da cidade para quem gosta de boa música. A banca vem resistindo a tudo há 23 anos na Avenida Rio Branco esquina com Presidente Wilson e fazendo a alegria dos amantes do blues e do rock. 
A banca não oferece apenas jornais, revistas e conveniências, mas também boa música!
Quem chega para comprar uma revista, jornal, ou para pedir apenas uma informação, se depara com uma trilha sonora diferente ao entrar na banca. Para alguns, isso passará despercebido, mas para outros será um momento especial, uma pausa agradável na correria do centro da cidade. Desde o momento em que levanta as portas de ferro para começar o dia de trabalho, Paulo já liga o som e bota para tocar músicas dos mestres da sua grande paixão: o blues. Foi esse hábito que conferiu o apelido pelo qual seu negócio ficou conhecido: Banca do Blues. “O nome foi sugerido por um cliente que vinha aqui e curtia o som”, conta Paulo sem esconder um certo orgulho pela forma casual e sem planejamento como as coisas aconteceram. Esse batismo foi apenas o começo de uma história de sucesso, mas também de muita luta, tendo como principal motivação o amor à música. Em 2006, ele escutou mais uma sugestão de um cliente, dessa vez, do músico e amigo Jolt Telek que propôs realizar shows de voz e violão na banca no final do dia. Paulo conta que não sabia nada sobre sonorização, mas comprou a ideia. Pegou emprestado um PA sem imaginar que sua vida iria ganhar um novo rumo inesperado a partir daquele momento. O negócio começou a dar certo e o que era uma apresentação descompromissada de voz e violão se tornou um evento que fez fama na cidade. Vários músicos começaram a procurar a banca para realizarem jam sessions, que antes aconteciam em estúdios fechados, e Paulo decidiu investir, comprou seus próprios equipamentos, incluindo PA, bateria e amplificadores. Como os músicos não recebiam nada para tocar, ele procurava atendê-los em suas necessidades da melhor forma. Os shows eram às sextas-feiras, a partir das 18:30 e passaram a reunir artistas da nata do blues carioca. O público comparecia em peso e as apresentações ganharam destaque na imprensa. Mas, o crescimento não trouxe apenas benefícios. Os vizinhos começaram a ficar incomodados e, a partir desse momento, Paulo começou a enfrentar uma verdadeira via crucis para manter o projeto. Sem licenças para realizar os eventos, ele estava muito vulnerável a qualquer reclamação. Sem acreditar que seria respondido, ele decidiu enviar um email para o então prefeito Cesár Maia. Para sua surpresa, a resposta veio em apenas 15 minutos, escrita pelo próprio prefeito! Sim, ele poderia realizar seus eventos! Mas, a alegria durou apenas enquanto Cesar Maia esteve no cargo. Quando Eduardo Paes assumiu a prefeitura, implantou a política de Choque de Ordem e os eventos foram proibidos. Paulo ainda tentou recorrer a então secretária de cultura, Jandira Feghalli, mas ao contrário da receptividade obtida na gestão anterior, dessa vez ele não recebeu nenhum email de volta! Ao todo foram 99 shows realizados na Banca de julho de 2006 até janeiro de 2009, quando a prefeitura oficialmente não autorizou mais a realização dos eventos. Mas, os problemas de Paulo ainda estavam longe de terminar. Com as obras no centro da cidade para as Olimpíadas, Paulo recebeu a notícia de que sua banca teria que mudar de lugar! Seu receio era ser deslocado para um ponto que inviabilizasse seu negócio. Felizmente, ele não precisou sair da calçada onde fez fama, apenas foi obrigado a deslocar um pouco a banca e reduzi-la de tamanho. “Sai de um triplex para um conjugado”, brinca. Paulo não realiza mais shows na banca, mas essa experiência fantástica lhe conferiu notoriedade no mercado e ele passou a ser convidado para produzir shows em casas noturnas e teatros. Foi assim que ele começou uma nova atividade como produtor de eventos. Hoje Paulo continua à frente da banca, mas também produz shows periodicamente em casas como o Teatro Rival, e já recebeu convites para produzir eventos em outros lugares importantes do Rio, como a Estudantina e o Imperator. Fez palestras contando sua história ao lado de produtores do Rock in Rio e teve seu trabalho reconhecido e elogiado. Apesar de menor do que era anteriormente, sua banca continua sendo um oásis para quem anda pelo centro da cidade e gosta de blues. Um local para fazer uma pausa, comprar um jornal, uma revista, um bom DVD, bater um papo com essa figura fantástica e, claro, ouvir boa música!  ------  NOTA: Tive a honra e a felicidade de esbarrar com o Paulo e a Banca no caminho em 2007 quando recuperado de um acidente que amputou as minhas duas pernas me trouxe a grandiosa oportunidade de testar ao vivo um par de próteses (pernas mecânicas) e pude tocar com uma Bandaça de amigos; o VELHO VINIL - (foto acima) - pra Lá levamos quase 1.000 pessoas numa noite memorável de Classic Rock. Foi um tempo mágico! de pureza e até um certo Espírito de ingenuidade pensar que o poder publico fosse se Lixar para a importância Cultural de tudo aquilo. Lembro que um GRINGO que estava alí bebendo uma cerva gelada comentou comigo num português arrastado que nem mais em New Orleans teria visto coisa igual - essa pessoa estava visivelmente emocionada ao ver Músicos Brazilleiros tocando Blues. Enfim o tempo passou mas deixou marcas eternas e memoráveis noites registradas! Muitas bandas, muitos amigos! Um verdadeiro Point da confraria dos amantes do Blues Rock e vertentes. Pra mim é BANCA FOREVER - abçs, Tulio - http://www.tuliofuzato.com.br/

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