quarta-feira, 13 de julho de 2016


RESENHA de RODRIGO MANTOVANI meu grande amigo Paulistano curtidor de PROG-ROCK e o momento em que juntos vivenciamos com Mr. Thijs, Jan Dumée, Bob Jacobs numa canja especial do show da Blues & Beer na Bourbon Street in Moema.

Quando o Focus veio ao Brasil em 2003, num encontro reservado, o Thijs van Leer me contou algumas curiosidades sobre as músicas dessa banda holandesa.

“Moving Waves”: A faixa título, segundo o próprio Thijs, foi composta ainda quando era adolescente. “Moving Waves” na verdade é uma força de expressão, quase um pleonasmo, pois não existem ondas “paradas”, a essência da onda é o movimento. A música foi composta como uma crítica ao comportamento de sua própria mãe, uma religiosa fervorosa, que hoje é sacerdotisa da cultura Sufi e adora Zoroastro e o Fogo. Thijs criticava a forma como ela dedicava-se tanto à religião. Ele nunca quis ater-se à uma credo ou à um só pensamento, pois não é uma pessoa que acredita nessas coisas. Thijs van Leer têm um irmão, Maarten van Leer, que é maestro na Alemanha, e vive na cidade de Nidderau.

"Hocus Pocus": Tornou-se um clássico do Focus, a mais conhecida do grupo pelo mundo afora, de certa forma encobrindo a grandeza de outras composições da banda. Até hoje, Jan Akkerman toca o riff de guitarra em seus shows, mesmo em apresentações acústicas. E Thijs van Leer sempre procura uma forma de encaixar o canto "yodel", tipo de canto tirolez que vocaliza tonais, em suas apresentações ao vivo. Ele nunca havia cantado neste estilo, mas o resultado foi espantoso. Após gravarem este tema "mágico", os músicos perguntaram-se que nome dariam à canção. Thijs sugeriu que deveria ser algo que rimasse com Focus, daí o nome "Hocus Pocus". Curiosamente, "Hocus Pocus" só estouraria no Reino Unido em 1973, ao mesmo tempo que "Sylvia".

"Sylvia": Antes de Van Leer tocar no Focus, havia tocado na banda de Ramses Shaffy, grupo cuja cantora chamava-se Sylvia Alberts. Thijs escreveu uma canção para ela baseada no seguinte poema: "I thought I could do everything on my own. I was always stripping the town alone". Ele então entregou a canção ainda sem nome para Sylvia cantar. Acontece que a cantora rejeitou a canção por não gostar do estilo. Então Thijs guardou a canção por vários anos, até resolver transformá-la numa peça instrumental na época do Focus. E para chatear a antiga cantora nomeou-a de... "Sylvia"!

"Tommy" (Eruption): Esta parte da suíte "Eruption" é creditada à Tom Barlage. Mas quem é Tom Barlage? Este músico tocou nos anos 70 em outra banda progressiva holandesa obscura chamada "Solution". Na verdade a bela música "Tommy" chama-se originalmente "Divergence" e encontra-se num dos álbums da banda Solution. No original a parte da guitarra é executada por um saxofonista.

"Hamburger Concerto": Jan Akkerman declarou certa vez que compôs o tema principal deste disco no hotel Hilton de Nova Iorque, onde estava hospedado, enquanto comia um hambúrguer (daí o nome do álbum) e assistia desenhos de Tom & Jerry pela TV. A faixa-título ocupava um lado inteiro do LP e era dividida em 6 partes, e a letra em holandês contava a história bíblica do rei Herodes. Esta longa faixa marca um retorno do Focus aos seus tempos clássicos. E podemos dizer "clássico" mesmo, pois a primeira parte desta suíte, "Starter", praticamente é um novo arranjo para uma composição conhecida como "The St. Anthoni Chorale" de Johannes Brahms.

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