segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Full Throttle?






Lembra de Full Throttle?

“Uma hora você está na estrada, pilotando. Sem nenhuma preocupação. Aí um cara de terno chega, diz que tem um rolo para você e sua gangue. Mas quando você se toca, está com um galo na cabeça, a lei na a cola e uma sensação de que a estrada em que você está vai ficar muito mais esburacada…”

Parece a sinopse daqueles filmes de ação classe B dos anos 90. A década está certa, só que não é filme. É Full Throttle, um dos mais icônicos jogos de computador da história.

Full Throttle é um clássico ‘point and click’. Point o quê? Point and click, aqueles jogos em que tudo o que é necessário é o mouse para clicar e mandar o personagem se movimentar e interagir com o cenário e objetos. Gênero esse que foi um dos principais da LucasArts, estúdio de games ligado a George Lucas, criador de Star Wars e Indiana Jones, e que encerrou suas operações em abril do ano passado após ter sido comprado pela Disney (maldito Mickey!!).

Voltando ao jogo, a palavra-chave é aventura sobre rodas. O protagonista é Ben, líder da gangue Polecats. O objetivo dele é um tanto quanto romântico: impedir que a última fabricante de motocas nervosas caia nas mãos de empresários corruptos que vão extinguir as motos por toda a eternidade. Tudo se passa em um 2040 fictício, numa mistura de Mad Max com Easy Rider. Adicione um pouco de romance, suspense e comédia e uma das obras-primas dos anos 90 está pronta.

Na época, Full Throttle impressionou pela qualidade das dublagens. Os diálogos eram o forte do jogo, o elemento responsável por contar e fazer a história se desenrolar. Eles também eram essenciais — algumas partes pediam que o jogador escolhesse determinadas opções de respostas e, dependendo da opção, acabava morto, tendo que tentar de novo e reagir corretamente à situação.

Ben foi dublado por Roy Conrad, um ator pouco conhecido, mas que fez um trabalho fantástico em Full Throttle. A voz grave coube perfeitamente à frieza e à aspereza do protagonista, que respondia de forma curte e grossa – e às vezes irônica – e não levava desaforo para casa. Certamente um dos mais durões personagens da história dos games.

Relembrar é muito bom, mas é melhor ainda fazer isso na prática. Quer jogar Full Throttle e sentir aquele cheirinho de asfalto e encrenca? Fácil. É só baixar o emulador ScummVM (da própria página do projeto) e o arquivo do jogo (essa versão aqui não tem legendas em português). Aí é só seguir as instruções, abrir o game e passar umas boas horas nos anos 90. Ou se você tem preguiça e medo de pegar estrada, pode assistir a esse vídeo aqui, com Full Throttle de cabo a rabo.

O jogo quase ganhou duas sequências – uma no mesmo estilo, que se chamaria Full Throttle: Payback, que começou a ser produzida em 2000, e outra chamada Full Throttle: Hell on Wheels, mais focada na ação do que na aventura, e com versões para Playstation 2 e Xbox (uma demo chegou a ser mostrada na E3 de 2003). Nenhuma delas foi muito além da fase de projeto.

Full Throttle foi o primeiro game de aventura da LucasArts a ser lançado para Windows, já que todos os outros rodavam somente em MS-DOS, aquele sistema de tela preta em que era preciso digitar os códigos para rodar os programas. Criado em 1995, foi o décimo jogo criado com a Scumm (Script Creation Utility for Maniac Mansion), uma plataforma de linguagem e desenvolvimento criada inicialmente para Maniac Mansion, outro clássico, e que posteriormente foi usada para desenvolver jogos como Sam & Max, The Secret of Monkey Island e Day of the Tentacle.

Ou seja, Full Throttle é só um de uma família gigante de point and clicks de aventura da finada LucasArts. Mas já que você baixou o programa para jogar Full Throttle (confesse, você não resistiu e já está fazendo o download), aproveite e conheça o resto nessa retrospectiva aqui:





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