segunda-feira, 25 de novembro de 2013

REVISTA MODERN DRUMMER BRAZIL



Revista MODERN DRUMMER BRAZIL edição 133 nas bancas dezembro 2013 - ENTREVISTA com o Baterista Amputado TULIO FUZATO - uma história de superação através da música!!!

























A ENTREVISTA!!!


1 - MD. Tulio, Conte-nos como foi seu começo.

ah! eu vim de uma Familia de MUSICAL, meu avô era sanfoneiro de Baile, meu pai era violonista de seresta e minha mãe "crooner".

Crescí ouvindo a velha guarda e a jovem guarda quando então os Bealtes estouraram e ae eu fiquei maluco (RISOS) .....

O mais incrivel foi que numa festa Junina na Escola (1967) eu com 10 anos tive o meu primeiro contato com a bateria.

Era uma Banda de garotos mais velhos e num determinado momento como eu estava "chapado" babando com o som da bateria; de pé bem ao lado, o gurí percebeu e me fêz um sinal, e entre uma musica e outra (pausa) ele se levanta e me entrega os "pausinhos" (RISOS) ....

I can´t get no Satisfaction - bem facinha pra eu levar na batera enquanto ele saiu pra comer um cachorro quente!

De 1970 à 79 eu tocava guitarra em festas (Banda Discípulos do Sol) mas eu não tirava o olha da bateria!

Em 1980 eu comprei uma Saema e depois tive umas 15 baterias Pinguim, Pearl, Ludwig, Premier, Mapex, Odery, Tama; eu trabalhava nas Agencias de Propaganda e atuava como musico na Night Carioca.

No "boom" do Rock Nacional e fui trabalhar como operador e RATO de studio; tava metido em tudo que era "buraco" (RISOS).

Na virada de 99 pra 2.000 eu perdí um cargo importante na área de MARKETING numa grande Empresa do Mercado Corporativo e fui trabalhar numa agência de propaganda menor, obviamente com um salário menor. Foi ae que apareceu os MEMBRANAS, uma Banda de Publicitários que agitou a night no baixo Leblom tocando na Melt - 00Gávea - Pistache Bar - Saloon - Festas fechadas - etc...

2 - MD. Como foi o episódio do acidente?

Em 2003 após ter tocado na Bourbon Street com a Banda Blues and Beer, eu estava me separando de um segundo casamento enfrentando uma situação 
muito difícil com drogas, álcool, tinha conhecido o pessoal do Focus in Sampa (Thijs Van Leer e Jan Dumée) mas não tinha a grana pra ir viajar.

Frustrado e muito estressado fui à um médico que me receitou "BABITÚRICOS" tarja preta e desavisadamente eu injerí álcool.

No dia seguinte (11-06-2003) eu voltaria à procurar trabalho mas eu tive uma espécie de mal súbito, um "apagão" e acabei por cair desmaiado numa estação do Metro do Rio de Janeiro.

Fui tido como suicida e isso causou um enorme problema com a minha Família e os 999.000 amigos que eu tinha sumiram, viraram a cara!!!

Milagrosamente eu sobreviví mas tive as duas pernas "esmagadas" pela composição. Acordei no Hospital e comecei à surtar porque logo logo eu fui me lembrar que pra tocar bateria eu precisava de um par de pernas que já não tinha!

3 - MD. E o período de readaptação?

Em 2004 eu já estava no setor de reabilitação da ABBR (Rio) e fui um expoente pelo fato da boa performance Física aliada à força de vontade e o bom humor.
Minha gratidão eterna à ABBR pela grande ajuda não só na minha reabilitação mas por ajudar milhões de pessoas que perderam um membro e a esperança 
na vida.

De um modo sussinto eu posso dizer que foi um período de sangue, suor e lágrimas!!! Mas eu saí andando ..... fui reabilitado .....

4 - MD. Como você se sentiu retornando aos palcos?

Não foi fácil!!! eu ainda estava numa cadeira de rodas e amigos insistiram que eu deveria voltar à tocar mas eu questionei: como???

Arranjaram um "pad eletronico" que ficava montado em frente à caixa no lugar do Tom esq. e de resto era uma bateria normal montada com Bumbo e surdo, 
mas o Bumbo não era tocado com pedal. O Bumbo ("um pad eletronico") era tocado com a mão esquerda cruzada com a caixa e a mão direita controlava o 
hit-hat e um crash. Mais nada. 
Depois em 2005 eu já tinha um par pernas mecanicas e sentado em frente ao kit e um espelho, comecei à treinar os toques usando a coxa. Toco assim até hoje e posso até mesmo usar "double pedal" (RISOS) ..... 

5 - MD. E seu CD, Planeta Loucura, como foi o processo de gravação?

No período em que eu estava numa cadeira de rodas eu voltei à estudar, teclado, baixo, guitarra.
Já tinha algo POP na mente com uma batera só de "levadas". Liguei pro Bertho (LUZZE STUDIO) e gravei o CD num dia.
Noutro pra mixar e noutro pra MASTERIZAR.
Eu fiz a bateria nos teclados mas a batera não era o FOCO! o grande Lance foi eu mostrar pra mim mesmo que seria capaz de encarar algum tipo de produção musical e trabalhar com isso.
Foram 5.000 copias que evaporaram - sumiram!!!
Hoje está tudo no meu site e no SoundCloud.com - 0800 free Download 

6 - MD. Quais são suas maiores influências?

A banda que eu amo chama-se Deep Purple e não poderia deixar de me influenciar por ian Paice.
e na mesma Linha do Classic Rock eu aprendí aquele ROLLS com Mr. Bonham do Led Zepp é claro.
Mas tem o Bill Ward do Black Sabbath, Lee Kerslake do U.H. e Don Brewer do Grand Funk Railroad.

7 - MD. Quais são seus projetos atuais?

Eu fico entre Rio e Sampa. Vou montar um studio na Região dos Lagos (RJ) onde eu moro.
Estou fazendo palestras motivacionais para empresas, com um pocket-show - continuo sendo um ativista das causas dos Def. Físicos junto à ABBR.
Tenho dois contratos de Marketing e um Endorsement de marcas que não posso citar agora!

Estou pensando num par de baquetas com a Logo TULIO FUZATO!!!

Continuo trabalhando como Designer Grafico e minha mulher Lia tem sido tudo.
Tenho um carro adaptado e viajo pra tudo que é lugar fazendo palestras, gigs, gravinas.
Aquí em casa tem 3 cadelas vira-Lata, a TAMA, Buanna e Cassie Ludwig, (RISOS) ..... estou feliz e realizado!

8 - MD. A bateria, sem duvida, te ajudou a superar um problema que parecia sem solução. Sua visão sobre a música mudou depois do acidente?

Devo tudo à este instrumento!!! BATERIA É TUDO!!! A minha visão se ampliou tremendamente porque a bateria é um instrumento Físico, vc tem que "percurtir" tocar; e ao mesmo tempo vc tem que ouvir, assimilar com atenção o Ritmo, a Linha de contrabaixo, os contra-pontos, o Swing, harmonia, melodia, etc .... e ao mesmo tempo vc interagir e também impor o seu toque, eu ritmo, seu "Feeling", sua personalidade no instrumento. 

Eu sou um outro "Tulio" quando estou sentado no banquinho da bateria.
Não é nada fácil tocar com pernas que não respondem ao teu cérebro. São os impulsos nervosos que acionam músculos que acionam a protese que aciona o pedal do Bumbo e a máquina de contra-tempo. 
É algo que demandou muito treino, muita caimbra, dores, suor e lágrimas. Mas eu vencí (RISOS) .....

9 - MD. Tulio, você é um exemplo de superação. Qual mensagem você deixa para quem passou por uma situação como a sua?

Niguém está livre de uma "catástrofe" um desastre em suas vidas; sejam fortes sejam PERCEVERANTES - e nunca desistam de seus sonhos!

Vai aparecer "anjos" em forma humana no teu caminho!!! ACREDITE!!! siga trilhando os caminhos do Bem e da Verdade!!!

Ainda que alguns sumam da tua vida e te reneguem pela falta de Amor ou pelo preconceito; crie você mesmo novas circunstâncias, você tem esse poder!
“Deus nos concede a cada dia uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta”. Emmanuel  ........... 

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