quinta-feira, 21 de junho de 2012

RIO + 20

Milhares de manifestantes percorreram nesta quarta-feira o centro do Rio de Janeiro para exigir aos governantes reunidos na Conferência da ONU Rio+20 que defendam os direitos sociais e não apoiem o chamado "capitalismo verde". Ativistas de centenas de movimentos de diferentes pontos do globo se reuniram no Rio para a Cúpula dos Povos, o mais importante evento paralelo à reunião da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. A manifestação faz parte do Dia de Mobilização Mundial "em defesa dos bens comuns e contra a mercantilização da vida", convocada para coincidir com a abertura da cúpula de Chefes de Estado e do Governo da Rio+20. Muitos jovens de associações universitárias protestaram contra as decisões sobre meio ambiente tomadas nas cúpulas internacionais das Nações Unidas e que consideram uma forma de "capitalismo verde". "É a mercantilização da água e das terras, dos direitos sagrados dos povos indígenas, que os governantes põem preço", disse à Agência Efe o colombiano Camilo Larios, que também criticou as empresas que praticam mineração e os Governos que permitem. Associações ecologistas, feministas, anticapitalistas, sindicatos, militantes de partidos políticos, indígenas e estudantes se misturaram com pessoas que exigiam reformas agrária, direitos para crianças e o fim da fome no mundo. Diante da adesão, a intrincada procissão de movimentos sociais de todo tipo, conhecida como "megamarcha", mostrou sua força frente à Cúpula da Rio+20 que debate acordos relacionados com desenvolvimento sustentável. Desde o início, o protesto pacífico ocupou quase toda a extensão da Avenida Rio Branco, situada no coração financeiro da cidade. Cerca de 50 mil pessoas foram às ruas, apesar da chuva intermitente que caía sobre a metrópole, segundo os organizadores e a Polícia. "A Rio+20 foi capturada pelas grandes corporações e não podemos permitir que haja um retrocesso nos direitos sociais já obtidos", explicou à Efe Alana Mendes, estudante vinculada à manifestação Mundial das Mulheres. Alana disse que participou da passeata para lutar contra a "mercantilização" da natureza e do corpo feminino, pois garantiu que "o capitalismo usa o corpo das mulheres para vender produtos". A organização Vía Campesina reuniu representantes de diferentes países latino-americanos como Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Brasil. Um porta-voz paraguaio da organização explicou à Efe que aproveitaram a manifestação para "dar visibilidade" à violência ocorrida na semana passada em seu país que deixou pelo menos 17 mortos em um confronto entre policiais e trabalhadores rurais. Centenas de jovens com máscaras respiratórias, serras mecânicas e algemas em bonecas caminhavam junto a um grande cartaz da ONG Greenpeace que pedia a revogação do novo Código Florestal recentemente aprovado no Brasil. "Com isto, vão conseguir que a Amazônia desapareça", afirmou à Efe Teresinha de Oliveira, uma mulher de 73 anos que veio do Nordeste para participar da passeata. Outros manifestantes balançavam uma bandeira brasileira enquanto alguns levavam cartazes com mensagens como: "Não nos representam", "Tempo para a justiça climática" ou "Feministas contra o terrorismo neoliberal". Enquanto isso, Chrek Sophea, uma ativista pelos Direitos Humanos diretamente do Camboja, denunciou que em seu país "milhares de mulheres são violadas e presas sem motivo". Nas escadas do Museu Nacional das Belas Artes, um grupo de dez pessoas tirou as roupas e exibiram um grande cartaz que dizia "Ocupa os Povos", para criticar não só a Rio+20, mas também a Cúpula dos Povos. "Criticamos eles também por carnavalizar os movimentos sociais transformando os protestos em uma festa e pela hierarquização da organização", afirmou Talita Tibola, ativista do movimento conhecido como OcupaRio. Fonte e fireitos: Agencia EFE

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